Estima-se que apenas 25% da população da Nigéria possui acesso à energia elétrica. Dos países africanos, ele é o que mais sofre de apagões mensalmente. Para ajudar a reverter essa situação, uma empresa holandesa está oferecendo kits de energia solar.
Custando o mesmo que um gerador movido a querosene, utilizado como alternativa pelos moradores, a empresa disponibiliza um sistema solar suficiente para iluminar a residência, ligar um ventilador, carregar celulares por oito horas e assistir televisão por algumas horas.
Cada kit é formado por um grande painel solar de 80w e cabo solar; uma unidade de controle solar com oito soquetes, um adaptador USB para celular, duas lâmpadas LED e um kit de montagem simples para que o próprio morador possa fazer a instalação.
Além de melhorar a qualidade de vida dos nigerianos, o sistema representa economia. Se antes uma família gastava 23 dólares por mês para manter um gerador de querosene, hoje 15 dólares são suficientes para a manutenção da alternativa sustentável.
Outro quesito importante a destacar é a questão da segurança. Diversos acidentes envolvendo fogo, que assolam a região, podem ser evitados ao abandonar o querosene – como lembrou um entrevistado do Phys.org. Na matéria, uma das entrevistadas orgulhou-se em dizer que hoje seus filhos podem ler à noite, o que era praticamente impossível até então.
A iniciativa da empresa Lumos obteve verba do programa Power Africa, criado pelo ex-presidente dos EUA, Barack Obama. Com aporte financeiro do país, a companhia fornece kits solares com assinatura de cinco anos. Além disso, no ano passado ela arrecadou 90 milhões de dólares de fundos de investimento e bancos de desenvolvimento para implantar o sistema na Nigéria. A estimativa é que a fonte renovável chegue a um milhão de nigerianos até o final do ano.
Outra boa notícia foi dada nesta semana pela Bloomberg. Segundo a agência de notícias, senadores em Abuja, capital do país, estudam destinar uma verba de US$ 30 milhões de dólares para projetos solares neste ano. A Nigéria é a maior exportadora de petróleo da África e está nas listas dos maiores exportadores do mundo, ao lado de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Para se ter uma ideia da precariedade no acesso básico de energia e como esse projeto pode mudar a vida de muitas pessoas, um relatório do Painel de Progresso Africano constatou que “seria preciso oito anos para que a Tanzânia consumisse tanta eletricidade quanto o americano médio consome em um único mês”. O número é apenas um exemplo do quanto a África sofre com a falta do recurso.
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