Tecnologia

Retrotech: 50 tons de cinza (contado por 6 linguagens de programação)


Trabalho do artista gráfico Bryan Wai-ching Chung foi o grande vencedor do Japan Media Arts Festival de 2015 usando linguagens de programação como arte.

50 . Shades of Grey é um curioso trabalho artístico formado por seis quadros que apresentam listagens de velhos programas de computador — escritos em Basic, Fortran, Pascal, Lisp, LingoActionScript (Flash)…

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… sendo que a execução de todas essas rotinas geram a mesma coisa na tela — 50 tons de cinza.

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Esse trabalho não deixa de ser uma referência do soft porn livro Cinquenta Tons de Cinza, que chegou a vender mais de 125 milhões de cópias impressas ao redor do mundo. Mas segundo o autor em seu blog, esse trabalho é tanto conceitual quanto visual, sendo que esta última se resume a um simples padrão monocromático criado por computador.

Já o trabalho de programação também é de autoria do artista, baseado em seus mais de 30 anos de trabalho com linguagens de programação, sendo que muitas delas form muito populares no seu tempo, mas que são obsoletas nos dias de hoje.

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E ao contrário das obras de arte convencionais que existem no nosso mundo, seja na forma física ou impressa, a arte digital é essencialmente imaterial e efêmera, assim como são (ou foram) as linguagens de programação usadas pelo artista.

Sob esse ponto de vista, o trabalho de Chung não deixa de ser uma forma de poesia onde as palavras ocultam um significado apenas compreensível quando mergulhamos no mundo dos computadores, algo por sinal que já vimos no passado de uma maneira mais explícita e de fácil digestão como o filme Tron de 1982.

Papo cabeça né?

Mais detalhes no blog do artista.

Ainda em tempo:

Esse trabalho foi o vencedor do Grande Prêmio na categoria Arte da última edição do Japan Media Arts Festival 2015.

Para quem não conhece, ele foi um dos primeiros concursos a premiar mídias que só recentemente começaram a ser reconhecidos como uma forma de arte. Em anos passados foram premiados animes como A Viagem de Chihiro, de Hayao Miyazaki (2001), Millenium Actress, de Satoshi Kon (2001) e Neon Genesis Evangelion (1997), mangás como Yunagi No Machi, Sakura No Kuni, de Fumiyo Kouno (2004), Monster, de Naoki Urasawa (1997) e Vagabond (2000) de Inoue Takehiko, games como Zelda, Ocarina of Time (1998), Pikmin (2001), de Shigeru Miyamoto, e Seaman,(1999), de Yooti Saito e até gadgets como o finado AIBO ERS-110 (1999) da Sony.

A relação de ganhadores deste ano pode ser vista aqui.

Retrotech: 50 tons de cinza (contado por 6 linguagens de programação) foi publicado no ZTOP+ZUMO.


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