Cidadania

Presos e ex-presidiários transformam lixo em sacolas e bolsas

Criada há quatro anos no Rio de Janeiro, a ONG Tem Quem Queira conta com um time de ex-presidiários para produzir bolsas e mochilas de material reciclado. Além de contribuir com o meio ambiente, a organização oferece um novo recomeço aos ex-detentos.

Criada há quatro anos no Rio de Janeiro, a ONG Tem Quem Queira conta com um time de ex-presidiários para produzir bolsas e mochilas de material reciclado. Além de contribuir com o meio ambiente, a organização oferece um novo recomeço aos ex-detentos.

A Tem Quem Queira é gerida como uma empresa, que comercializa, por mês, cerca de mil produtos originados de lonas recicladas. Ao longo do tempo, os fundadores da organização perceberam que poderiam contribuir com a economia brasileira ao empregar não apenas aqueles que estão dentro das cadeias, mas também os ex-presidiários.

Cerca de 500 presos em regime fechado, semiaberto, aberto e em liberdade condicional já passaram pelas oficinas da ONG-empresa. Atualmente, há mais de 30 detentos que exercem alguma atividade na oficina, instalada dentro de uma penitenciária em Niterói. Além disso, a empresa também abre um espaço para que os ex-presidiários trabalhem nas ruas, vendendo e entregando os produtos.

“Eles só precisam de uma oportunidade. Nós, empresários, podemos contribuir com isso. A resposta que a gente tem é muito boa: praticamente 100% dos ex-detentos conseguem a reinserção socioeconômica”, afirma a coordenadora da ONG, Adriana Gryner.

A líder diz que nunca teve problemas com nenhum de seus funcionários.  A Tem Quem Queira já inaugurou uma loja em um shopping na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A gerente da unidade é uma ex-detenta, que trabalha com Adriana desde quando estava presa.

Para os empresários que têm preconceito em contratar essas pessoas, Adriana manda um recado: “Se você empregar um ex-presidiário, é menos um que vai voltar para o crime e roubar seu filho. Por que as pessoas roubam? Muitas vezes, porque não têm chances. Dando vez a elas, você reduz a criminalidade”, finaliza. Com informações de Vítor Abdala, repórter da Agência Brasil.

Redação CicloVivo