Foi lançada nesta quinta-feira (26) a plataforma on-line MapBiomas, cujo objetivo é produzir mapas anuais da cobertura e uso do solo no Brasil, desde 1985 até os dias atuais. Os mapas poderão ser visualizados no portal do MapBiomas, onde também estarão disponíveis informações e estatísticas sobre a cobertura e uso do solo para cada ano, em diversas escalas (município, estado, bioma), e também as transições de um ano para o outro.
A partir dos mapas produzidos será possível identificar as transformações do uso da terra em áreas com floresta, pastagens, agricultura, reflorestamento e áreas urbanas, dentre outros temas, em todo o território nacional.
A plataforma está sendo desenvolvida com base na tecnologia do Google Earth Engine, que permite o processamento das imagens de satélite na nuvem de forma distribuída e rápida.
Estão contemplados todos os biomas terrestres (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica) e três áreas transversais – agricultura, pastagens e zona costeira.
Realizado por mais de 20 organizações, o projeto é desenvolvido em uma plataforma comum, aberta e colaborativa, na qual pesquisadores, especialistas de diferentes biomas e áreas temáticas e programadores do MapBiomas elaboram a metodologia, os scripts e códigos de forma interativa.
A iniciativa surgiu para suprir a necessidade de informações atualizadas sobre a dinâmica de uso da terra no Brasil para contabilizar as emissões de gases de efeito estufa no País e subsidiar políticas públicas no setor de uso da terra e agropecuária.
Uma das maiores inovações da plataforma MapBiomas é o uso de processamento distribuído e o trabalho em rede de co-criação, o que permite a produção de mapas de cobertura e uso do solo de uma forma mais rápida e barata e sem comprometer a qualidade, se comparado com os métodos atualmente aplicados. Além disso, sua arquitetura permite a atualização e revisão dos dados sempre que surgirem novas formas de melhorar a interpretação das imagens de satélite.
Os mapas já produzidos por interpretação visual das imagens de satélite por diversas instituições brasileiras como INPE, IBGE e IBAMA, dentre outros são utilizados como referência para calibrar a plataforma.
“É uma revolução para a conservação brasileira, pois as imagens vão mostrar um raio x real e atualizado de todas as áreas naturais que foram devastadas e as que foram recuperadas com florestas”, André Ferretti, gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, uma das instituições que faz parte do Observatório do Clima.