Em mais uma situação de “tava na cara que isso ia acontecer”, a loja de chatbots recém aberta pela OpenAI está inundado de “namoradas virtuais” criadas por vários usuários.
A informação vem do Quartz, que, após a OpenAI anunciar a abertura de um marketplace onde usuários poderiam comercializar chatbots que eles mesmos criaram usando o ChatGPT como modelo, vasculhou o mercado digital e constatou que uma busca simples rende aplicações mais voltadas ao lado mais íntimo da coisa, desde que “seu coraçãozinho virtual” até denominações mais diretas, com nomes como “Scarlett”.
“Namoradas virtuais” é um conceito que vem desde muito antes do ChatGPT, obviamente, mas a propagação da inteligência virtual (IA) generativa acabou alçando a ideia a patamares mais diretos. Segundo o site, uma das “namoradaGPT” presentes na loja reage a perguntas como “me conte o seu maior segredo” ou “o que faz você se sentir valorizada como mulher”. Perguntas em tons parecidos também são feitas pelos apps a seus usuários.
O problema, conforme aponta o site, não é a existência das namoradas virtuais em si, mas que a inclusão de chatbots tematizados possa expor uma falta de moderação de conteúdo da OpenAI. Isso porque o uso de “chatbots dedicados a alavancar companhias românticas ou a execução de atividades controladas” é um parâmetro que viola os termos de uso da tecnologia da OpenAI.
O crescimento desse tipo de aplicação – apesar das proibições – levanta outro problema: conforme bem apontado pelo Quartz, um estudo recente indica que os EUA estão passando por um aumento em casos de depressão causados por solidão e isolamento. A abertura dada para a proliferação desses chatbots românticos pode acabar contribuindo para agravar ainda mais o problema.
Até o fechamento desta nota, a OpenAI ainda não havia se pronunciado sobre como pretende lidar com a situação.
Créditos: TecMasters