Superar a dependência global de petróleo é um desafio que requer um novo paradigma de pesquisa em bioenergia para o século 21. Com o objetivo de contribuir para essa empreitada, e oferecer um panorama sobre os avanços científicos recentes alcançados no continente americano, foi lançado pela editora Springer o livro Plants and Bioenergy.
A obra é fruto de um evento homônimo realizado na cidade de São Pedro, interior de São Paulo, em 2010, sob a coordenação de Marcos Silveira Buckeridge, professor da USP. O pesquisador dividiu a edição do livro e a organização do evento com Maureen McCann e Nicholas Carpita – ambos da Purdue University, nos Estados Unidos.
“Realizamos no México, em 2008, o primeiro Congresso Pan-americano sobre Plantas e Bioenergia, com o objetivo de fomentar a colaboração científica na área. A partir de então, o evento se tornou bienal. A segunda edição foi no Brasil; a terceira, nos Estados Unidos; e em julho de 2014 haverá outra no Canadá”, disse Buckeridge.
O congresso de 2008 deu origem ao livro Routes to Cellulosic Ethanol, focado apenas em pesquisas relacionadas à produção do etanol de segunda geração e lançado pela Springer em 2010.
A proposta deste segundo livro da série, porém, é ser um apanhado mais amplo sobre os estudos relacionados à bioenergia, abrangendo desde os aspectos políticos e econômicos até estudos genéticos para melhoramento de culturas como o sorgo e métodos de processamento da biomassa.
“Embora o foco continue a ser Brasil e Estados Unidos – os dois países americanos mais fortes em bioenergia –, tentamos dar uma perspectiva mundial sobre o tema. Para isso convidamos também pesquisadores europeus para escrever alguns capítulos, entre eles Jeremy Woods, do Imperial College London, no Reino Unido”, contou Buckeridge.
A primeira parte da obra, intitulada “Economia da Bioenergia”, discute temas como uso sustentável da terra e a potencial competição entre produção de alimentos e de bioenergia. Também aborda as perspectivas futuras para o etanol de primeira geração e as incertezas políticas relacionadas à segunda geração. Trata ainda do cultivo de algas tanto para a obtenção de combustíveis como de outros bioprodutos.
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