Desenvolvimento

Jovens de Belém, Fortaleza e Salvador unem-se para reivindicar energia solar para suas escolas

Enquanto lá fora o presidente Donald Trump dá as costas para todas as evidências científicas de que o mundo precisa abandonar as energias poluidoras em prol de fontes limpas e renováveis, no Brasil um grupo de jovens decidiu arregaçar as mangas e fazer sua parte. Eles querem que suas escolas sejam abastecidas por energia solar – uma fonte limpa, renovável e abundante. Mas, para ter certeza que seus esforços surtirão resultado, eles estão começando do começo: estudando.

“Muitos jovens têm vontade de assumir a linha de frente e resolver os problemas que as gerações anteriores estão empurrando com a barriga, mas nem sempre sabem o que fazer ou como começar”, explica Raquel Rosenberg, da ONG Engajamundo. “Por isso, estamos compartilhando nossa experiência – que inclui até a participação nas conferências internacionais da ONU – para que eles entendam como exercer a cidadania”, completa.

O treinamento, dado pelo Engajamundo, faz parte de um projeto global da Climate Action Network, que está disseminando a campanha 100% Renováveis em diferentes formatos em países como Índia, África do Sul, Chile, Quênia, Filipinas, Indonésia e Rússia, além do Brasil. Desde janeiro deste ano o Engajamundo já impactou diretamente mais de três mil pessoas com formações e ações de ativismo em mais de 10 cidades de todas as regiões do país.

“Vamos capacitar jovens estudantes para serem protagonistas da transição para as energias limpas, atuando politicamente através de uma petição e outras ações para “solarizar” suas escolas. Com a pressão, acreditamos que a direção das escolas e o poder público vão, sim, ouvir a demanda dos jovens e investir na transição energética que já está atrasada no Brasil. Apesar de vender para o mundo a imagem de que nossa matriz energética é limpa, o Brasil praticamente dobrou a quantidade de emissões de gases do efeito estufa nesse setor desde a primeira conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em 1995. Se uma transição energética não começar agora, esses números só vão piorar”, destaca.

Pelo menos 200 jovens brasileiros serão capacitados a partir do dia 10 de junho, em Salvador e, posteriormente, em Belém, Fortaleza e no interior da Bahia. Para as escolas, o benefício da solarização é enorme, pois o dinheiro economizado com a conta de luz poderá ser aplicado em outras ações.

“Nos países asiáticos e europeus, as energias renováveis já são economicamente mais competitivas que as já quase obsoletas fósseis – provando que esse momento de instabilidade iniciado pelos EUA é uma oportunidade para o Brasil assumir esse protagonismo na América junto com outros latino-americanos que estão investindo na ação climática – como a Costa Rica, que se propôs a zerar totalmente suas emissões até 2021”, explica Iago Hairon, do Engajamundo. “Acreditamos que só com o envolvimento e pressão da sociedade civil organizada essa transição acontecerá; será financeiramente viável e socialmente justa e que o jovem brasileiro tem um papel decisivo na construção desse processo”, ressalta.

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