O patrimônio subaquático brasileiro tem sido alvo de exploradores em busca de dinheiro. Muitos itens retirados de barcos naufragados em território brasileiro têm sido comercializados pela internet em sites nacionais e estrangeiros, sem a autorização da marinha.
A venda de itens históricos inclui moedas, garrafas, escotilhas e diversas outras coisas que naufragaram no Brasil junto com 1.320 navios desde o século 16. Boa parte das peças encontradas por mergulhadores não são, ao menos, reconhecidas pela marinha, que não tem a localização exata de todos os náufragos brasileiros.
Os utensílios de menor valor são comercializados pela internet em diversos sites. Os artefatos mais caros e de maior importância histórica são vendidos em casas de leilões ou no câmbio negro e atraem, principalmente, colecionadores estrangeiros.
A exploração irregular traz muitos danos históricos, principalmente no que diz respeito à área de pesquisas. Em declaração feita ao jornal O Estado de S. Paulo, o almirante Armando Bittencourt explicou que a imensa costa brasileira dificulta a fiscalização. São oito mil quilômetros de águas que abrigam centenas de sítios arqueológicos formados pelos naufrágios. O grau de dificuldade é grande, também pelo fato de a marinha não possuir a localização exata de onde está cada uma dessas embarcações.
A procuradora da República Inês Virgínia Soares explicou que a legislação brasileira é muito fraca em relação a essa atividade, de exploração ilegal. Para burlar a lei muitos exploradores se passam por pesquisadores e após conseguirem os objetos os colocam à venda.
Algumas peças desse segmento comercializadas virtualmente possuem autorização, porém a maioria delas não possui comprovante do naufrágio e, muito menos, a origem e autorização.
Com informações do Estadão