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Gravadoras denunciam ferramentas de IA por suposto furto de músicas de artistas.

As ferramentas de Inteligência Artificial (IA) facilitaram a criação musical até mesmo para aqueles que nunca compuseram uma nota. Entretanto, enquanto os iniciantes celebram a chance de criar músicas com comandos simples, grandes setores da indústria musical denunciam essas tecnologias por violarem direitos autorais em larga escala. De acordo com o Comitê Internacional de Publicadores Musicais (ICMP), o problema transcende questões financeiras, tocando em ética e respeito à propriedade intelectual.

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Indústria Musical contra as ferramentas de IA

Em entrevista à AFP, John Phelan, diretor-geral do ICMP, foi enfático: “As maiores empresas de tecnologia e companhias especializadas em IA, como OpenAI, Suno e Udio, estão envolvidas na mais significativa violação de direitos autorais já observada”. Phelan afirma que essas empresas estão “sugando” o catálogo musical global, cometendo infrações deliberadas em escala comercial.

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A ICMP também acusou as plataformas de IA de violarem intencionalmente direitos autorais ao utilizar milhões de músicas de forma comercial. Entre os alvos das ações legais estão empresas como Suno e Udio, acusadas de desenvolver suas ferramentas utilizando catálogos musicais sem autorização. Essas ferramentas permitem que usuários criem músicas geradas por IA com base em prompts de texto, resultando em canções que muitas vezes replicam o estilo de artistas renomados como Chuck Berry e Mariah Carey.

IA e o impacto no mercado da Música

O debate vai além do simples protecionismo ou “ganância” das gravadoras. As estatísticas expõem o impacto real das composições geradas por IA. A plataforma Suno, por exemplo, já conta com mais de 10 milhões de usuários, e algumas de suas músicas geradas por IA já superaram 2 milhões de streams. Além disso, dados do Deezer indicam que 28% de todos os uploads diários na plataforma são músicas criadas por ferramentas de inteligência artificial.

Isso levanta uma questão importante: imagine um cenário em que milhões de músicas são criadas a partir de amostras de músicas licenciadas, sem que os autores originais recebam quaisquer compensações. Enquanto as plataformas lucram com a audiência, os verdadeiros criadores ficam à margem, sem a devida compensação ou reconhecimento.

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IA em outras indústrias criativas

A luta contra o uso não autorizado de propriedade intelectual não se restringe à música. Outras áreas criativas enfrentam desafios semelhantes. Fotógrafos e artistas visuais têm denunciado que geradores de imagens por IA utilizam suas obras para treinar modelos, frequentemente criando imagens que se assemelham perigosamente à arte original.

Um exemplo significativo é o caso da Getty Images, que processou a Stability AI por violação de propriedade intelectual. Da mesma forma, o New York Times e outras publicações também processaram empresas de IA como OpenAI, acusando-as de usar seus conteúdos para treinar ferramentas como o ChatGPT sem autorização prévia.

O futuro da criatividade e os limites da IA

Embora as ferramentas de IA ofereçam um avanço significativo em termos de acessibilidade e inovação, é claro que existe um desequilíbrio na maneira como essas tecnologias estão sendo desenvolvidas e aplicadas. As grandes empresas precisam encontrar um caminho equilibrado entre explorar o potencial da inteligência artificial e respeitar os direitos daqueles que dedicam suas vidas à criação. A regulamentação é o próximo passo – tanto artistas quanto desenvolvedores de tecnologia aguardam decisões que poderão moldar o futuro dessas indústrias criativas.

É possível democratizar o acesso à criação sem sacrificar a ética ou ignorar a legislação? Esse será um dos principais desafios da tecnologia contemporânea.

Fonte: Android Headlines

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