Negócios

Cadê minha resposta? – Por que não recebemos feedback das entrevistas e propostas?

Passei na entrevista? Vai comprar meu produto? Recebeu meu CV? Sim? Não? Fala comigooooo!!

Nós detestamos ficar em “banho maria”. Note que o termo é utilizado para quem fica aguardando uma resposta a um convite ou proposta, bem como para cozinhar lentamente em fogo brando, utilizando a água como intermediário para não queimar. Não é à toa.

Ficar em “banho maria” significa esperar e cozinhar lentamente suas esperanças de sucesso, enquanto mantém alguma compostura e uma máscara de equilíbrio, entoando mentalmente o hino “Eu Acreditooooo…”.

Uma parte das nossas “não respostas” é causada por ineficácia. Simples assim. Há muitas pessoas, processos e organizações que não funcionam. Não conseguem cumprir o que tinham planejado ou desenhado no modelo das atividades.

No entanto, aqui eu quero abordar a outra parte, que tem uma causa diferente…

A falta de informação é claramente pior do que a certeza de uma resposta negativa. É como se nós fôssemos corroídos por dentro… E não é curiosidade, não! É insegurança, incerteza da nossa capacidade, frustração e, finalmente, desespero.

Ah, claro, quando isso acontece, você fica p*** da vida com a pessoa que não te respondeu!

MAS…

Certamente você já passou por alguma situação social em que deixou de dar o retorno para alguém sobre um compromisso, ou visita, ou entrega, ou participação etc. etc.

E o que isso tem a ver? Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa!Tá bom, ficou irritado!… Calma… Respire….

Desculpe te contar: uma coisa é uma coisa e a outra coisa, nesse caso, é a mesma coisa!

Afinal, por que não recebemos feedback sobre processos seletivos e propostas de vendas?

Infelizmente, nós – brasileiros – temos a péssima prática de não dizer o que “achamos” que a outra pessoa não quer ouvir.

Ou seja, na nossa lista de atividades, passar uma informação que talvez não seja bem recebida cai lá pro final. E vai ficando… e vai ficando…

O problema principal é que a partir dessa nossa deficiência em comunicar algo que pode desagradar, desenvolvemos uma falha ainda maior: a dificuldade em tomar decisões. Afinal de contas, tomar uma decisão é o primeiro passo para frustrar alguém ou algum plano. Funciona mais ou menos assim: ao tomar uma decisão e selecionar uma alternativa, eu automaticamente descarto todas as outras. E, como eu não quero ser “malvado, cruel, sem coração”, fico postergando a tomada de decisão até o limite.

No fundo, tomar uma decisão não tem nada de “malvado, cruel e sem coração”. É apenas mais uma entre as inúmeras atividades que você exerce todos os dias. E NÃO deveria ser tão difícil. Você toma decisões o tempo todo. Quer ver? Tomo água agora ou não? Vou explodir a bexiga ou vou ao banheiro na hora que sinto que preciso? Almoço salada finalmente, ou mais uma lasanha e coxinha, só hoje? Continuo procurando emprego bem devagarinho ou me lanço com todas as forças?  Fico mais 20 minutos no Facebook ou finalmente volto a trabalhar?

Ah… e se você acha que alguma dessas decisões não é, na verdade, uma decisão, desculpe de novo:

Não colocar sua energia para decidir algo já é uma decisão. E é a pior que você pode tomar.

Recrutadores, selecionadores e compradores têm como parte essencial do seu trabalho a tarefa de decidir e/ou comunicar quem receberá o “SIM”, e todos os demais que ouvirão o temido “NÃO”. Por isso, por favor (leia-se, pelamordeDeuspaitodopoderosoAmémSenhor), encarem essa tarefa com seriedade e respeito.

Profissionalmente, os indivíduos estão esperando a sua comunicação para tomarem suas próprias decisões. –  Vocês estão “prendendo” as pessoas! – Às vezes, fisicamente, pois podem bloquear agendas e atividades, mas, principalmente, do ponto de vista psicológico.

Toda pessoa, de certo modo, fica refém da possibilidade de sucesso que se apresenta quando se inscreve em um processo seletivo ou oferta de trabalho/venda autônoma. Não perceber o poder que existe na relação como recrutador, selecionador ou comprador e não oferecer um feedback assertivo (finalmente utilizando essa palavra em seu contexto correto! Obrigado – De nada!) é uma falta de respeito.

A saída é assumir o compromisso individual de usar a EMPATIA e compreender a fragilidade da pessoa que depende de você e aguarda notícias, caso contrário, isso sim será uma grande crueldade.

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Alexandre Pellaes

Pesquisador e transformador do mundo do Trabalho! Após mais de 15 anos de experiência em empresas tradicionais, conheci a maior empresa horizontal do mundo! Com 12.000 funcionários, é uma empresa SEM CHEFES e SEM CARGOS! Aí tudo mudou e me tornei especialista em modelos flexíveis de gestão e no significado do Trabalho para as pessoas e organizações. Vem comigo! Novas práticas de gestão em => www.exboss.com.br

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