Meio Ambiente

Caça de baleias pode ser liberada após 32 anos de proibição


Representantes do Japão que participam da Comissão Internacional das Baleias, ou International Whaling Comission (IWC), que está acontecendo hoje em Florianópolis (SC), pressionam por uma polêmica tentativa de acabar com a proibição da atividade baleeira comercial. A decisão deve sair nesta quinta-feira.

A proibição da caça comercial foi estabelecida em 1986 diante da iminência de extinção de diversas espécies por conta da pesca predatória. O Japão alega que as populações de algumas espécies de baleias se recuperaram o suficiente para permitir a retomada da caça de forma “sustentável”.

“A ciência é clara: há certas espécies de baleias cuja população é saudável o suficiente para ser colhida de forma sustentável”, alega a proposta japonesa, intitulada Way Forward. A alteração seria para acabar com a “intolerância” e “confronto” entre os países pró e anti-caça às baleias.

As duras críticas do Japão à proibição atrapalham as relações com países anti-caça, como Austrália e Nova Zelândia, que os acusam de usar seu poder econômico para garantir votos de países membros menores da IWC.

“Pesquisa Científica”

Uma cláusula da proibição da IWC permite que o Japão conduza caças anuais de “pesquisa” e venda carne de baleia no mercado aberto.

Segundo a BBC, o Japão hoje captura entre 300 e 400 animais por ano – e já chegou a abater cerca de 1.000 em 2005 e em 2006. No início deste ano, o país foi bastante criticado por ter matado no Oceano Antártico 122 baleias grávidas, das 333 baleias-anãs capturadas durante uma expedição de quatro meses, 181 eram do sexo feminino – incluindo 53 juvenis.

Em 2014, o tribunal internacional de justiça ordenou a suspensão do abate anual de baleias no Oceano Antártico. Porém, após dois anos o país voltou a caçar, sob um programa que incluiu a redução de sua cota de capturas em cerca de dois terços.

Grupos ambientalistas alertaram para a ameaça: “Esta reunião é crítica. A IWC deve ser um órgão de conservação de baleias do século XXI, e não um antigo clube de baleeiros ”, disse Patrick Ramage, diretor de programas marinhos do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal ao Guardian. “Os países membros devem se unir e impulsionar o progresso em direção à proteção das baleias, e não permitir que essa comissão seja puxada para a era passada da caça comercial de baleias”.