Cidadania

Biólogo alerta sobre a importância de “tocar” pessoas ao falar sobre conservação

Silvio Marchini chama atenção para a ineficiência em usar apenas a racionalidade na comunicação.

Cientistas e ambientalistas tem dificuldade em falar de sentimento. É com essa premissa que o biólogo e fundador da Escola da Amazônia Silvio Marchini palestrou no TEDxAmazônia.

Pesquisador e educador, Marchini está envolvido com diversos projetos em diferentes instituições do país. Foi na Universidade de Oxford, Inglaterra, que ele se tornou PhD em Conservação da Vida Silvestre com foco nas dimensões humanas.

Além disso, ele já trabalhou como diretor acadêmico do programa “Recursos Naturais e Ecologia Humana na Amazônia”, da School for Internacional Training (SIT), com sede em Belém do Pará. Então, é com muita propriedade que ele defende a aproximação entre homens e seu contexto social com a natureza.

Em sua palestra intitulada “Silvio Marchini quer uma trégua com as onças-pintadas” explica que as razões econômicas e ecológicas não são suficientes para convencer as pessoas de que é importante conservar a biodiversidade.

Ele traça um panorama histórico sobre a onça, por exemplo, para mostrar como crenças inverídicas foram se alastrando. A partir de pesquisas, baseadas na psicologia social e psicometria, ele verificou que a onça é uma espécie que quase todos têm alguma opinião, seja ela boa ou ruim – apesar de pouquíssimos terem alguma experiência concreta com esta espécie.

“Os problemas de conservação são complexos e vão exigir uma visão mais integrada. Integrada em três níveis”, afirma Marchini. “Eu vou usar uma citação para explicar esses níveis. ‘No final das contas, nós vamos conservar apenas o que amamos, nós amamos o que conhecemos e conhecemos apenas o que nos é ensinado’”.

Marchini chama atenção para a ineficiência em usar apenas a racionalidade na comunicação. “As ciências naturais, biologia, ecologia, são necessárias, mas não são suficientes. E se nós vamos conservar apenas aquilo que amamos, então a gente vai ter que falar de amor também. Mas, cientista tem dificuldade em falar de sentimento. Cientistas e ambientalistas, quando se comunicam com o público, falam de lixo usando números”.  Confira abaixo este interessante ponto de vista:

Marcia Sousa – Redação CicloVivo