Conhece o cara aí da foto? Chama-se Peter, tem 20 e poucos anos. Ou uns 30 e poucos. Também é possível que seja um 40ão.
Talvez não se chame Peter. Acho que é Maria. Ou Ricardo. Outro dia, o conheci e me disse ser Adriana.
Não importa. Ele não reconhece seu próprio nome. Nem a própria idade. Mas, afinal, o que Peter reconhece?
Ah…. Peter é divertido. Bem-humorado. Reconhece e defende com unhas e dentes a necessidade de se manter criativo, respeitar seus limites individuais, direcionar sua própria vida, ter experiências marcantes e variadas, tomar suas próprias decisões (em sua velocidade), receber reconhecimento, trabalhar com pessoas criativas, jovens e descoladas, ser admirado e querido, criar algo grandioso e de impacto.
Peter sabe que tem muito valor. (e essa parte é ótima!!)
Peter acredita que gente “mais velha” é estressada e coloca pressão demais, quando dava pra encontrar uma forma mais legal de lidar com os problemas. Encontrar um equilíbrio…
Bem… Na verdade, o Peter não fala em equilíbrio, ele fala em “seu tempo”. Fica muito nervoso quando é pressionado. Ele espana, dá chilique, larga tudo. Em sua cabeça, ele é indomável. E os outros são exagerados.
Peter opera no gerúndio. Está sempre fazendo, criando, acabando. Tá sempre quase chegando lá.
Peter sabe que o sucesso não cai do céu. É resultado de esforço e trabalho duro. Peter não é vagabundo! Peter se mantém ocupado. Mas ele tem “seu tempo”. Ele já viu muita gente bem-sucedida, mas não conheceu com profundidade o que os levou até lá, porque, afinal, nas biografias faltam uns pedaços beeeeem intensos que não vendem tantos livros e filmes… Normalmente, é a parte que tem rotina e repetição. Elementos vistos como “entediantes”, mas essenciais para o funcionamento de qualquer organismo.
E Peter também tem visto outros Peters conquistarem muita felicidade. Só não sabe com certeza se esses outros são iguais a ele… (não são!)
O jeito de Peter mostrar que está certo, é provar que um outro está errado. E que ele sabe o que deve ser feito. E que os adultos (não são “mais velhos”, viu gente, chamam-se adultos!) tem uma verdade única, que não conseguem se atualizar e que a ferrugem corroeu o caminho dos neurônios e do coração dos velhos. Por isso eles não têm paixão e não conseguem acompanhar os Peters. Isso é bobagem! Tolice! Discurso infantilizado! Bullshit! (como Peter gosta de usar um de seus idiomas).
A síndrome de Peter Pan é um distúrbio conhecido e estudado há anos. De forma muito resumida, trata-se da dificuldade de uma pessoa amadurecer, aceitar responsabilidades e cumprir compromissos.
Não tem NADA a ver com gerações, ok? Então, se você é uma pessoa dessas gerações generalizadas: Millenials, Geração Y, Geração X etc. e estava me xingando enquanto lia o texto. Eu não falava com você e sim com o seu Peter).
Conheça (e olhe profundamente para você!!!) alguns sinais e sintomas negativos da Síndrome de Peter Pan:
– Explosão de emoção ou superficialidade de afeto.
– Resistência para trabalhar ou permanecer trabalhando quando não está “no clima”. Só trabalha pesado quando está a fim e não quando é necessário.
– Culpar outras pessoas pelos seus fracassos – os pais, parceiro, governo, concorrente, mercado, chefe etc.
– Tendências manipulativas para conseguir o que se quer.
– Dificuldade em reconhecer e expor seus próprios erros.
– Frustração que pode levar à autopiedade ou depressão.
– Sentir raiva até o ponto de virar Ira.
– Não entregar o que promete – e prometer muito.
– Abusar de drogas ou álcool.
– Incapacidade de ter foco e se especializar nos assuntos.
– Não se sentir culpado por coisas sabidamente erradas que cometeu. Justifica-se pelo “sistema”, “os outros”, “os erros dos outros” etc.
– Aversão em criar network despretensioso. Foco em relacionar-se com quem pode lhe trazer algum benefício.
– Só apostar em objetivos grandiosos e de longo prazo. Ser um astro global, um empreendedor revolucionário, criar um negócio milionário…
Há uma confusão gigantesca entre reconhecer a individualidade das pessoas e suas necessidades únicas, e parar o mundo para que cada pessoa possa responder à realidade que já está posta, no seu próprio tempo.
Em resumo, o mundo não gira em torno do seu umbigo. Mesmo esse mundo atual, doente, com um monte de coisas que a gente não concorda e quer mudar!
A sua maneira de ajudar a mudar o mundo não é ignorar o que já existe e fazer do seu jeito. É trabalhar de verdade na construção da ponte que nos leva até o futuro que todos desejamos.
O mundo precisa de adultos.
Não mate seu Peter Pan, mas não deixe ele dominar a sua vida!
Pelo amor de Deus: CRESÇA!!!
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Alexandre Pellaes
Palestrante
Pesquisador e transformador do mundo do Trabalho
Especialista em modelos e práticas flexíveis de Gestão Compartilhada – Sociocracia, Holocracia, Management 3.0, Beta Codex e outras.
Sócio da 99jobs.com
Fundador da Exboss Desenvolvimento de Pessoas e Organizações.