Quem tem proximidade com crianças certamente nota a facilidade com que elas enjoam de seus brinquedos. Normalmente elas pedes outros, acabam ganhando e logo se esquecem dos antigos, que ficam espalhados pela casa, guardados em uma caixa e depois seguem para doação.
Para acabar com este problema e, de quebra, ajudar a diminuir os gastos dos pais, o empresário Daniel Coloneze criou o aplicativo BrincouTrocou, quer permite a troca de brinquedos entre crianças. Mas, diferente dos concorrentes que aguardam um troca perfeita – o que é difícil considerando os gostos variados -, Daniel optou por criar um sistema de moedas virtuais, em que curtidas e compras geram dinheiro, que devem ser usados para compras no site.
A Magia do Mundo dos Negócios conversou com Daniel Coloneze, CEO da BrincouTrocou, que contou um pouco mais sobre seu negócio:
Como surgiu a ideia de um aplicativo para troca de brinquedos?
Foi após notar que meus sobrinhos enjoavam rapidamente de boa parte dos brinquedos que ganhavam e que eles ficavam guardados nos armários sem uso, então decidi pesquisar o mercado de trocas de objetos. Afinal, o brinquedo não precisa ser novo, basta ser diferente para alegrar as crianças.
Ao observar os sites já existentes, percebi que todos encontravam a mesma dificuldade para atrair usuários. Eles exigiam uma combinação perfeita entre as duas partes para que a troca ocorresse. Em outras palavras, além de uma criança gostar do brinquedo de outra, ela ainda precisava ter um brinquedo que agradasse o dono daquele que ela gostou.
Foi a partir dessa avaliação que desenvolvi o BrincouTrocou. Na plataforma, os usuários ganham moedas virtuais para cada brinquedo que oferecem e podem, assim, trocá-los por qualquer outro brinquedo.
Acredito que o ganho com o BrincouTrocou vai muito além da economia feita pelos pais, ajudando também na educação financeira e na consciência social de seus filhos. O aplicativo incentiva o desapego e a socialização das crianças, fazendo com que elas abram mão daqueles brinquedos de que não gostam mais.
Indiretamente, a troca ainda traz um benefício ambiental. O reaproveitamento em escala dos objetos tem potencial para evitar a geração de toneladas de lixo plástico.
Tem algum outro negócio?
Atualmente trabalho em uma empresa de consultoria e me dedico nas horas livres e finais de semana ao BrincouTrocou. Tenho outras ideias de empreendimento, mas por enquanto estou focado no BrincouTrocou.
Qual foi o investimento necessário?
Devido ao meu conhecimento em programação, eu mesmo desenvolvi o site e aplicativos. Até agora toda divulgação tem sido por mídias sociais e publicações espontâneas. Por isso o investimento até o momento foi apenas o necessário para manter o site no ar (custo com servidor). Recentemente integramos ao time uma designer (Tatiana Paiva) que vai remodelar todo design do site e aplicativo em troca de um percentual da empresa. Estamos buscando a mesma estratégia para conseguir novos investidores para investir em marketing digital e expandir a base de usuários.
Por que fazê-lo por aplicativo?
O aplicativo oferece uma facilidade muito grande na hora de cadastrar os brinquedos, pois permite que tire a foto no momento em que insere os brinquedos. Outro ponto observado é que 80% dos nossos acessos são feitos a partir de celulares, assim o aplicativo facilita bastante o acesso para esses usuários.
Quantos cadastrados tm atualmente?
Atualmente temos 3739 usuários cadastrados e esse número aumenta diariamente. Já foram realizadas 107 trocas entre usuários em todo Brasil
Como funciona a dinâmica da troca do início à entrega?
O BrincouTrocou pode ser acessado pelo site ou aplicativos para Android e IOS. Para acessá-lo, basta se cadastrar com seu e-mail ou sua conta no Facebook e preencher alguns dados, como endereço e número de telefone.
Depois do cadastro, o usuário deve inserir fotos dos brinquedos que quer disponibilizar para troca e indicar quantas moedas deseja obter em troca do brinquedo. A partir daí, ele passa a ganhar uma “moeda de prata” virtual para cada “like” que o seu brinquedo receber de outros usuários.
Se alguém solicitar o seu brinquedo, ele ganha as moedas que solicitou mais o equivalente ao custo de envio do Sedex, que é calculado de acordo com a distância pelos correios. Atualmente o dono do brinquedo paga pelo envio do brinquedo e converte esse valor em moedas virtuais. As moedas só são creditadas ao antigo dono do brinquedo quando o Sedex confirma que o brinquedo foi entregue ao destinatário.
Outra forma de ganhar moedas é avaliando os brinquedos que foram incluídos no site. A cada 10 avaliações, o usuário ganha uma moeda. Assim, quem não tem brinquedos valiosos para oferecer pode adquiri-los se dedicar parte de seu tempo analisando os demais itens postados.
Incentivamos os usuários a cadastrar seus brinquedos mesmo que ainda não encontrem outros brinquedos que gostem, pois assim eles já começam a ganhar moedas e quando aparecer um brinquedo que interesse já terão saldo suficiente para solicitá-lo.
Qual é seu diferencial?
Nosso diferencial é o alcance de usuários em todo Brasil e a facilidade de trocar os brinquedos sem precisar de uma combinação perfeita entre as crianças. Estamos constantemente ouvindo as sugestões dos usuários e implementando as mudanças.
Quais são os planos para o futuro?
No momento estamos trabalhando para refazer todo design e dar uma cara mais profissional. Em paralelo estamos esperando o nosso contrato com os Correios ficar pronto para que o BrincouTrocou possa tomar conta de toda logística. Dessa maneira o usuário que solicitar um brinquedo pagará ao BrincouTrocou o custo do frete e nós cuidaremos de pegar o brinquedo na casa do dono e entregar no destino de quem solicitou. Por último estamos em busca de investidores para aumentar o investimento em marketing digital.
Qual sua dica para empreendedores que estão iniciando carreira?
Primeiro, teste bastante a sua ideia com amigos e potenciais usuários. Um vez que a ideia esteja validada, corra atrás da implementação de uma versão inicial para validá-la novamente com usuários reais. Nesse período ouça bastante as opiniões dos usuários e faça as alterações necessárias. Nunca desista da sua ideia, que com o tempo ela vai se transformando e alcançará o seu objetivo.