Com motor turbo de 128 cv e câmbio automático, versão mais cara do Polo consegue manter bom custo-benefício
por GUILHERME BLANCO MUNIZ
O Volkswagen Polo não quer ser o hatch compacto mais barato que você pode comprar. Além de competir diretamente apenas com as versões mais caras de Chevrolet Onix, Hyundai HB20e Fiat Argo, o modelo está sendo apresentado primeiro apenas na versão mais cara. Batizada de 200 TSI Highline, ela é equipada com motor 1.0 turbo de 128 cv, tem câmbio automático de seis velocidades e custa R$ 69.640. Confira como é dirigir o Polo mais caro e se ele vale a compra.
Impressões ao volante
É um exagero dizer que o Polo turbo se comporta como um mini Golf, mas isso não é um problema. Pelo contrário: em relação aos rivais, é um carro com melhor desempenho e mais gostoso de dirigir. Segundo a Volkswagen, o carro chega a 100 km/h em 9,6 segundos, tempo bem menor que seus rivais. Na prática, o Polo não tem um desempenho constantemente apimentado. O carro tem bom fôlego para o dia a dia, mas surpreende quando o motorista pisa mais fundo no acelerador.
O câmbio é bem casado com o motor e tem respostas rápidas e suaves. Além disso, esta versão oferece aletas para trocas de marchas atrás do volante, o que garante uma tocada mais esportiva se o condutor preferir. As reduções são rápidas e garantem fôlego para o carro diminuir a velocidade antes de uma curva ou ultrapassagem, por exemplo. Quem quiser mais desempenho, pode optar pelo modo Sport, acionado no próprio câmbio, que eleva os giros do motor e melhora as acelerações, mas prejudica o consumo de combustível.
As suspensões são firmes, mas não incomodam os passageiros, que não sofrem com irregularidades moderadas na via. Já o motorista sente o carro na mão e transmitindo confiança em curvas mais fechadas, quando a cabine pouco aderna. O Polo tem boa ergonomia e o motorista encontra facilmente a melhor posição ao volante por conta dos ajustes de altura e profundidade do volante, além de altura milimétrica do banco. Atrás, há espaço suficiente para dois passageiros altos, mas um terceiro viaja apertado no centro, que não tem assoalho plano.
Apesar de feito basicamente de plástico rígido, o acabamento interior não desagrada porque mistura diferentes texturas. A parte central conta com uma peça pintada de cinza brilhante que agrada, mas não é tão bonita e moderna quanto as opções coloridas que a Volkswagen oferece no mercado europeu. A cabine do Polo nacional é muito mais conservadora do que deveria ser.
Custo-benefício
Apesar de não ser um carro barato, o Polo tem bom custo-benefício quando avaliamos o pacote de itens de série. Desde a versão mais barata, é o único a oferecer quatro airbags (dois dianteiros e dois laterais). Direção elétrica e suporte de celular no painel, que estão em todas as configurações, se somam a itens que só a Highline oferece. É o caso de ar digital, partida por botão com chave presencial, aletas atrás do volante, controle de velocidade de cruzeiro, luzes diurnas de LED e porta-luvas refrigerados. Outros itens, como volante multifuncional, luz de assistência a manobras, sensor de ré, saídas de ar para o banco de trás, e tela multimídia com tela de cinco polegadas e sensibilidade ao toque são compartilhados com a versão Comfortline.
Mas o Polo finalmente quebra uma incômoda tradição que a Volkswagen mantinha até agora: os pacotes de opcionais deixaram de ser absurdamente caros ao ponto de inviabilizar sua compra. O carro que você vê nas fotos dessa página já é equipado com o Technology Pack, que inclui tela multimídia de 6,5 polegadas com GPS e o quadro de instrumentos 100% digital. Esses itens são o grande diferencial do Polo na categoria e fazem parte do pacote que também inclui comandos de voz, indicador de pressão dos pneus, câmera de ré, detector de fadiga, retrovisor eletrocrômico, farol com ajuste automático de intensidade, sensores crepuscular e de chuva e rodas de liga de 17 polegadas. Cobrar R$ 4.500 a mais por tantos itens é uma boa surpresa que a montadora reservou para o hatch.
Vale a compra?
Sim, mesmo com o pacote de opcionais. Isso porque ele dá ao Polo recursos antes restritos a categorias superiores. O quadro de instrumentos digital, por exemplo, é a segunda geração de um sistema até então restrito ao Audi A3. Quem optar por comprar o Polo 200 TSI Highline sem opcionais ainda levará para casa um carro com bom desempenho, baixo consumo de combustível e conforto de rodagem para todos os ocupantes. Some a isso o fato de o carro ter conquistado nota máxima de segurança para aumentar o custo-benefício do carro em relação a seus rivais. Pena que a montadora não ofereça por aqui o interior colorido da versão europeia.
Ficha técnica
Motor: Dianteiro, transversal, 3 cilindros em linha, 12 válvulas, flex
Cilindrada: 999 cm³
Potência: 128 (E) / 116 (G) cv a 5.500 rpm
Torque: 20,4 (E) / 20,4 (G) kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: Automático de 6 marchas
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente, McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás
Pneus: 195/55 R16
Tração: Dianteira
Dimensões:
Comprimento: 4,05 m
Largura: 1,75 m
Altura: 1,46 m
Entre-eixos: 2,56 m
Tanque: 52 litros
Peso: 1.147 kg
Porta-malas: 300 litros
0 a 100 km/h: 9,6 segundos
Velocidade máxima: 192 km/h
Fonte: AutoEsporte
Créditos : Autos24h