Atenção, usuários do Tinder e outros apps de relacionamento: quando você ver uma bio super criativa, saiba que ela pode ter sido criada pela LLaMA, a inteligência artificial da Meta, que vazou no 4Chan no começo deste mês – uma semana após ser anunciada.
De acordo com a VICE americana, após o vazamento da IA, diversos usuários a estão empregando para a construção de biografias descritivas mais trabalhadas e detalhadas em apps como Tinder, Bumble e similares. Ainda não está claro se houve algum sucesso – digamos que os estudos de caso ainda não saíram – mas a publicação afirma que há até instâncias onde a LLaMA sugere tópicos potencialmente interessantes de conversa para um eventual primeiro encontro
A LLaMA foi originalmente anunciada no final de fevereiro, no intuito de “democratizar acesso à tecnologia de inteligência artificial”, embora ela não seja de natureza generativa ou conversacional como é o caso do ChatGPT. Qualquer desenvolvedor que se interessasse em desenvolver aplicações com ela precisaria apenas requisitar o acesso.
Na primeira semana de março, porém, o controverso fórum online 4Chan publicou o acesso direto à IA, efetivamente vazando-a para a internet aberta. Na ocasião, houve a preocupação de que o material fosse usado para fins nefastos (a fama do 4Chan não é das melhores, convenhamos), mas tudo indica que os internautas encontraram um uso menos condenável para a tecnologia.
Segundo a VICE, o ChatGPT – que recentemente lançou o seu modelo GPT-4, uma espécie de “atualização de inteligência” – pode até construir bios para apps de relacionamento (e o faz até com resultados mais aprazíveis que a LLaMA), mas como a nova versão da IA generativa da OpenAI vem com uma série de restrições para coibir o seu mau uso, há quem veja na LLaMA uma opção mais flexível.
De acordo com o engenheiro de software e pesquisador em segurança Alfredo Ortega, a ideia é criar uma série de prompts que estabeleça parâmetros para auxiliar a IA da Meta a desenvolver tópicos mais inteligentes de conversa. Ortega criou um bot no Discord para ajudar usuários a interagirem com a LLaMA.
“O objetivo deste canal é o de conduzir uma pesquisa continuada para descobrir o menor modelo de aprendizado de linguagem em larga escala [LLM] capaz de arranjar um encontro com um humano, homem ou mulher, e criar de volta uma resposta para ser usada no chat do app de relacionamento.” – Alfredo Ortega
O desenvolvedor ressalta velhos avisos, porém urgindo que usuários evitem postar informações identificadoras nas interações com o chatbot. Em outras palavras: quando você for usar (sim, a gente sabe que você vai usar…), evite qualquer tópico que possa ser levado à sua identificação.
Segundo alguns usuários, esse uso específico da ferramenta parece “promissor”, mas outros relataram dificuldades quando a conversa com a LLaMA assumia um tom mais…”apimentado”, digamos.
Evidentemente, não há uma forma de fazer o chatbot interagir diretamente com o Tinder e outros apps, então usuários que quiserem tirar proveito terão que fazer o velho “caminho das pedras” – ou seja, copiar a resposta e colar no chat do aplicativo. Talvez seja para o melhor, já que isso ainda estabelece um módico de controle humano e, para todos os efeitos, se a LLaMA sugerir uma resposta mais descabida, você terá o poder de decisão sobre usá-la ou não.
Créditos: TecMasters
