Grande parte das tintas vendidas nos mercados apresentam em sua composição os chamados compostos orgânicos voláteis (VOCs) e metais pesados que prejudicam a saúde e o meio ambiente. As tintas convencionais são, geralmente, a parte mais poluente da construção. Pensando nisso e na procura por empreendimentos sustentáveis, a indústria de tintas começou a investir em produtos considerados “amigos do meio ambiente”.
Existem diversas opções de tintas menos agressivas, como as sem cheiro ou as fabricadas com utilização de garrafas PET para a produção de resina, que por sua vez é usada em tintas e vernizes.
A Suvinil recolheu cerca de 20 mil toneladas de garrafas PET, que haviam sido descartadas, para produção de esmalte. Segundo eles, para fabricar 3,6 litros de esmalte ou verniz são necessárias cinco garrafas. Foram desenvolvidas também tintas destinadas a áreas externas, contra microfissuras, mofo e maresia, de acordo com Francisco Verza, diretor de tintas da Basf, um terço das tintas produzidas é destinado a estas áreas e 40% das construções sofrem com estes tipos de danos.
Ainda assim, existem alternativas mais sustentáveis também disponíveis no mercado, como o caso da tinta de caseína, que é uma mistura de pigmentos com a proteína do leite; tintas feitas com cal e pigmentos naturais e tintas naturais ou orgânicas que utiliza como matéria-prima extratos vegetais e minerais misturados com óleos e resinas naturais. Este tipo de tinta pode ser feita com a utilização de cascas de frutas e verduras. Outras tintas disponíveis são as livre de COVs que, apesar de serem mais caras que as convencionais, são quase idênticas a elas em sua função.
Algumas tintas levam terra em sua composição. Este material tem a função de deixar a parede respirar, garantindo assim o controle da umidade relativa do ar e impede o desbotamento. Outras usam materiais minerais, devem ser diluídas em água antes do uso e não contêm substâncias tóxicas.
Por serem naturais, esses produtos não possuem conservantes. Isso faz com que a data de validade seja menor e, não tendo produtos químicos em sua composição, demoram mais tempo para secar depois da aplicação. O ponto positivo é que elas podem ser descartadas com o lixo comum, sem causar contaminação. Já as tintas à base de solventes devem ser encaminhadas para serviços especiais de coleta de produtos químicos.