O Samsung Galaxy S7 edge é a versão melhor do seu antecessor, e isso é ótimo. Leia o review completo.
Anunciados durante o Mobile World Congress de Barcelona, o Galaxy S7 e o Galaxy S7 edge são dois dos principais smartphones topo de linha da Samsung (o terceiro é o Galaxy Note 5).
Galaxy S7 edge
Os irmãos S7 compartilham o hardware (processador Exynos octa-core, 4 GB de RAM, tela com resolução QuadHD 2560 x 1440, câmera de 12 megapixels, rodando Android 6.0), com diferença apenas no tamanho do display (5,1″ para o S7 e 5,5″ curvada para o S7 edge) e capacidade da bateria (3.000 mAH no S7 / 3.600 mAH no S7 edge).
Segundo a Samsung, apenas modelos do S7 vendidos nos Estados Unidos virão com processador Qualcomm Snapdragon 820. Para o resto do mundo, a opção é o próprio Exynos, da casa.
Ao usar o S7 edge, dá para perceber que, finalmente a Samsung criou uma linha de produtos que concorre em número com os iPhone 6S da Apple, com diferenciais interessantes e uma lógica de tamanho de tela que, ao meu ver, faz algum sentido: o S7 quer bater o iPhone 6S, por conta do tamanho de tela e do aparelho – 4,7″ versus 5,1″.
Com o novo tamanho de tela maior de 5,5″, o S7 edge bate de frente com o iPhone 6S Plus. E o Galaxy Note 5 é um bicho que não concorre com ninguém, já que é o único da categoria de foblet com canetinha. Nessa matemática, o coitado do Galaxy Edge 6 Plus, anunciado ano passado, não faz mais sentido na linha de produtos (descanse em paz, grandão!).
Design
O design do Galaxy S7 edge é o melhor na categoria smartphone em 2016: bonito, ergonômico, leve. O aparelho, que chega ao Brasil em três cores (preto, prata, dourado), tem acabamento em vidro e metal – o clássico “não me olha feio que eu guardo marca de dedo fácil”. A borda infinita das laterais é algo único. Na definição da Samsung, é “vidro 3D fundido à liga metálica curva”.
A tela QuadHD Super AMOLED é bastante nítida e, ao meu ver, responsável pelo alto consumo de bateria do S7 edge. Ah sim, finalmente a Samsung implantou algo que eles chamam de “Always-on display”, que é essa telinha customizável que fica ativa quando o celular está sobre uma mesa, por exemplo. Isso já existia nos velhos Nokia Lumia e nos Moto X/Maxx, mas é bom ver em um novo formato.
Na traseira, o padrão em preto metálico – também recoberto com vidro – cria um efeito interessante visto contra a luz.
A questão da borda infinita, com laterais que “escorrem” pelo aparelho, adiciona funcionalidades (ainda que só de um lado) e dá um efeito muito interessante a quem vê.
Meu único problema com isso é que, dependendo da posição que você segura o smartphone (por exemplo, deitado na cama), um dos seus dedos pode interferir no toque e confundir um pouco a operação do S7 edge.
Duas mudanças importantes ocorreram do S6 edge para o S7 edge: aparelhos à prova d’água (mais sobre isso adiante) e a volta do cartão de memória (até 200 GB, segundo a Samsung).
O slot para o cartão microSD fica no topo do aparelho, na mesma gaveta do SIM card da operadora. Ideia que a Motorola já usa faz um tempo nos seus Moto X, por sinal. A gaveta do S7 edge, porém, me parece mais frágil, por ser feita de plástico.
E é um aparelho muito fino, com apenas 7,7 mm de espessura. Na direita do aparelho, o botão de liga/desliga…
…e na esquerda, o controle de volume.
Embaixo, a entrada para fone de ouvido/headset e o conector USB micro. Dá para especular porque essa porta não usa o novo conector USB-C (como o concorrente LG G5, prometido para abril): manter o padrão com acessórios – como o óculos de realidade virtual Gear VR.
VR é uma estratégia importante para a Samsung diferenciar seus produtos da concorrência (algo que, por sinal, a Apple ainda nem arranha). Some ao Gear VR a câmera Gear 360 e você tem um ecossistema (argh) de produção e consumo de vídeos, fotos, games e experiências virtuais. Vale notar que, apesar de divertido, VR é uma experiência (ainda) solitária.
No topo, sensores e a câmera frontal com abertura F/1.7, bastante luminosa.
Embaixo, o clássico botão Samsung. O leitor de impressões digitais é rápido – muito rápido mesmo (e talvez mais veloz que o do iPhone 6S Plus). Em comparação ao leitor do S6, é uma evolução monumental.
Câmera
Primeiro, seu “calombo” na traseira diminuiu em relação ao S6 Edge.
Segundo, a câmera com tecnologia Dual Pixel de 12 megapixels. Dual pixel significa que, no sensor, a Samsung conseguiu colocar dois pixels em vez de um só. Então, na teoria, sua imagem final tem melhor qualidade e nitidez.
Outro ponto importante é a lente com abertura f/1.7, bastante luminosa. No mundo fotográfico profissional (e o Nagano pode comentar algo aqui depois), lentes f/1.7 costumam ser bem caras.
Nagano comenta: Bom… Se estivermos falando da época em que as SLRs analógicas dominavam a terra — as lentes normais (~50mm ou o seu equivalente nos smartphones) com abertura máxima de f1.7/f1.8 seriam o equivalente no mundo dos carros aos atuais motores 1.6, ou seja, não é um 2.0, mas também não é um 1.0!
Entre os entusiastas, o sonho de consumo entre as lentes “normais” são aquelas de abertura máxima f1.2~f1.4, mas se a intenção é de impressionar as garotas e os amigos nerds a pedida são as lentes super-luminosas como a Canon EF 50mm/f1.0 USM ou a legendária Canon 50mm f0.95 “Dream Lens” que, apesar das suas especificações técnicas impressionantes, não são exatamente nítidas na sua abertura máxima, performando melhor fechando o seu diafragma um ou dois pontos.
Porém, essas lentes são frutos de uma época em que a maioria das pessoas fotografavam com filmes pouco sensíveis para os dias atuais (ASA 64~100) , de modo que a maior sensibilidade dos sensores de imagem permitem obter resultados muito bons com mesmo com lentes “menos” luminosas como as imagens abaixo podem comprovar. Fora isso, fazer uma minúscula lente de celular deve ser bem mais em conta do que fazer uma para SLR.
O resultado são imagens muito interessantes e belas:
A questão da luminosidade é importante. Flash nem sempre é a melhor opção – eu uso em último caso apenas em cenas noturnas.
Tirei algumas fotos com o S7 edge e o iPhone 6S Plus para comparar. Nesse modo noturno, a diferença entre os dois aparelhos é grande, apesar de o S7 edge tender mais para o amarelo nas imagens (mesmo nas diurnas).
Aqui, meus gatos na cama à noite (luz LED distante e fraca) – meus gatos brancos são brancos, não amarelos, tá?
Samsung Galaxy S7 edge:
Apple iPhone 6S:
À noite, no escuro, com uma vela de LED (sim, isso existe!):
Samsung Galaxy S7 edge:
Movendo para o dia agora:
Samsung Galaxy S7 edge:
Samsung Galaxy S7 edge:
E um teste rápido com HDR no Samsung Galaxy S7 edge:
Tem um monte de fotos em um álbum no Google Photos. E, como estava com o aparelho sob embargo, publiquei imagens no meu Instagram com uma hashtag específica(ztopub). Algumas imagens similares com iPhone 6S Plus estão com ztop6splus.
Na média, as fotos do iPhone 6S Plus são mais parecidas com o mundo real e as do S7 edge, apesar da nitidez e alta resolução, puxadas mais para o amarelo. Não é um problema: vale sempre a máxima de “minha melhor câmera é aquela que tenho comigo no momento”.
Ainda na traseira, o sensor de “saúde” do S7 edge (batimentos cardíacos, oxigenação do sangue e, finalmente o mais útil, disparador de selfie!). Me pareceu também mais veloz que o modelo de 2015.
Na caixa, além da tomada/cabo USB e fones de ouvido, vem esse curioso conector USB-USB micro. Serve para transferir dados de um Android para o Galaxy S7 edge de forma rápida (Smart Switch). Se vier de iOS, o app de mesmo nome faz a migração (via web) de dados do iCloud.
Tela Edge
Ah, sim, e a tela edge, para que serve?
Na versão 2016, a Samsung ampliou a experiência da tela lateral: abriu a API para desenvolvedores externos – que podem vender via loja Galaxy Apps – e agora a tela lateral traz mais informações (tudo personalizável). Como previsão do tempo…
… notícias…
…atalhos para apps e contatos…
… e até seu fiscal de caminhada…
… ou um contador de dados usados.
No geral, você não vai usar muito a tela edge, mas é algo interessante e razoavelmente útil. Um dos recursos que gosto muito é a função relógio noturno (a barra lateral mostra as horas).
O outro grande avanço do S7 edge em relação ao S6 é a proteção contra água e poeira (IP68), ou a clássica garantia de que se você derrubar o smartphone no vaso sanitário, ele pode ser lavado.
Sobre interface, o S7 edge segue o clássico padrão Samsung TouchWiz. Tem apps instalados do Google, da Microsoft e da própria Samsung, propriamente posicionados em uma pastinha. Nada muito invasivo. Algo interessante é a capacidade de organizar linhas com cinco ícones na tela principal:
Desempenho
O S7 edge é rápido. Muito rápido, zero atrasos ou sistema travado em pouco menos de uma semana de uso contínuo.
Benchmarks rápidos:
- Vellamo: 3.162 pontos (Multicore) / 3.229 pontos (Metal) / 7.320 (Internet Browser) (desempenho)
- Antutu Benchmark: 86.922 pontos (desempenho)
- Quadrant Standard: 51.723 pontos (desempenho)
- 3DMark: 28.512 pontos (Ice Storm Ulimited) / 1.978 (Sling Shot ES 3.1) / 2.665 (Sling Shot ES 3.0) – performance de vídeo, sendo os dois últimos em resolução QuadHD.
E da série “vamos comparar” tamanhos, o iPhone 6S Plus ao lado do Galaxy S7 edge, ambos com telas de 5,5″. No fim, o modelo da Samsung é menor e mais ergonômico.
Bateria
Era o calcanhar de aquiles do Galaxy S6 edge, continua – mais ou menos – a ser o problema do S7 edge, mesmo com uma capacidade maior (3.600 mAH). Em testes de uso diário, o aparelho bateu 16% de carga em 9h24 – menos de dez horas é complicado. Em outro dia, chegou a 10h01 com 27%.
Mas (e mas mesmo), o S7 edge vem com um carregador rápido: foi de 16% a 100% de carga em pouco mais de 1h30. Yay (eu adoro carga rápida).
Conclusão
O Samsung Galaxy S7 edge é uma grande evolução na linha de smartphones da fabricante coreana. Conseguiram pegar o aparelho de 2015, que já era bom, e melhorar os pequenos detalhes para a edição nova. Como todo smartphone topo de linha, tem um alto preço, mas que – conhecendo a Samsung – deve baixar em poucos meses (se o dólar deixar).
Velha máxima (de novo): se seu S6 está bom, mantenha, se seu S5 (ou outro Android) já dá sinais de idade, venha para o S7.
O mais interessante do S7 edge, no fim das contas, é o sistema integrado que a Samsung vem criando em torno dos seus aparelhos como as câmeras e óculos de realidade virtual, a plataforma de segurança Samsung Knox e o vindouro sistema de pagamentos Samsung Pay (previsto para “breve”).
Se a concorrência não se mexe muito nesse sentido – principalmente o de pagamentos -, é uma grande oportunidade para os coreanos no Brasil (mesmo com o país pegando fogo).
Resumo: Samsung Galaxy S7 Edge
O que é isso? Smartphone Android topo de linha
O que é legal? Design, tela curva, rapidez
O que é imoral? duração da bateria
O que mais? Pronto para sistema de realidade virtual; proteção contra água e poeira.
Avaliação: 8,0 (de 10). Entenda nosso novo sistema de avaliação.
Preço sugerido: a partir de R$ 4.299 (desbloqueado, versão Galaxy S7 Edge 32 GB); e a partir de R$ 3.799 (Galaxy S7 desbloqueado, com tela menor de 5,1″ e sem curva, também 32GB). Preços podem variar de acordo com a operadora ou varejista.
Onde encontrar: Samsung
Review: Samsung Galaxy S7 edge foi publicado no ZTOP+ZUMO.
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