Tecnologia

Proposta da Microsoft para aquisição da Activison agradou Comissão Europeia, dizem fontes

A Microsoft pode se ver livre do escrutínio da Comissão Europeia logo menos, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters: segundo a agência, a empresa norte-americana, a fim de garantir a aprovação de seu acordo de aquisição da Activision Blizzard, teria se comprometido com o regulador europeu para manter a franquia de jogos Call of Duty em caráter multiplataforma por uma série de anos.

A proposta foi originalmente feita em janeiro de 2022, sendo acatada no mesmo mês. Avaliada em quase US$ 70 bilhões (R$ 364,54 bilhões), trata-se do maior acordo de aquisição já feito na história da indústria dos videogames. Entretanto, reguladores econômicos de vários países – sem falar a concorrente Sony – se opuseram à ideia, alegando que isso poderia minar a capacidade de concorrência do setor.

Imagem: Microsoft/Reprodução

O pivô de toda a discussão é a franquia de jogos de tiro em primeira pessoa (FPS) Call of Duty – não apenas a principal marca da Activision mas uma das maiores de todo o mercado. Ano após ano, uma nova edição da franquia é lançada em todos os consoles e no PC, mas a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft abriria caminho para que a dona do Xbox e do Windows tornasse o produto algo exclusivo.

Não será o caso: a Microsoft reiterou diversas vezes que, mesmo sendo a dona, pretende honrar o status multiplataforma da franquia, e tal promessa, segundo as fontes da Reuters, foi reiterada à Comissão Europeia. De acordo com a matéria, o órgão se mostrou mais amistoso à aprovação do acordo quando ouviu essa intenção.

Ainda é muito cedo para afirmar com certeza se o acordo vai para frente: não basta a Comissão Europeia entregar sua deliberação apenas ao final do mês de abril (dia 25, para ser exato), ainda há uma briga similar ocorrendo nos EUA – terra natal da Microsoft e da Activision. E por lá, a coisa ainda anda bem contenciosa.

No caso da Europa, porém, tudo indica que a Microsoft conseguiu inverter o revés jurídico que vinha sofrendo: logo após a Reuters veicular a notícia, as ações da Activision valorizaram em 1,8%, e a Microsoft, por meio de porta-voz, comentou que “tem o compromisso de oferecer soluções eficientes e facilmente monitoráveis que amenizem as preocupações da Comissão”.

“Nossa promessa de assegurar o acesso igualitário a longo prazo à série Call of Duty para a Sony, Steam, NVIDIA e outras [empresas] preserva os benefícios de nossa proposta aos consumidores e desenvolvedores, além de ampliar a [capacidade de] competição no mercado.” – Microsoft

Vale ressaltar: recentemente, a Microsoft firmou acordo com a Nintendo para levar Call of Duty ao console híbrido Switch. Um acordo similar foi assinado entre a empresa e a fabricante de placas de vídeo (GPU) NVIDIA, para levar o catálogo Xbox – e Activision – à plataforma GeForce Now de cloud gaming.

A Comissão Europeia em si, porém, não teceu qualquer comentário.


Créditos: TecMasters