Além dos planetas que conhecemos e dos astros que vemos constantemente nos céus, nosso Sistema Solar está repleto de outros corpos, como asteroides. Alguns deles, de pequeno porte, chegam a entrar em nossa atmosfera e cair em nosso planeta, como um famoso asteroide que caiu na Rússia, em 2013, mesmo sem ter sido detectado por nenhuma agência espacial ao redor do mundo.
Nas últimas semanas, outros dois asteroides passaram bem próximos de nosso planeta sem terem sido percebidos antes pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA) ou outro órgão oficial dedicado a observar o espaço. Os asteroides 2016 QA2 e 2016 RBI passaram a distâncias de 80 mil km e 40 mil km, respectivamente. Por mais que os números pareçam grandes, em termos de distâncias no espaço, é praticamente como se os pedaços de pedra tivessem passado raspando na Terra.
Mas se passaram tão perto assim do nosso planeta, como nenhuma agência espacial foi capaz de detectá-los com antecedência, se são capazes de observar corpos a distâncias muito maiores no espaço?
Defesa espacial
A NASA possui um departamento de Coordenação de Defesa Planetária responsável por rastrear asteroides que podem passar próximo ou até mesmo colidir com o nosso planeta. De acordo com uma oficial do departamento, Lindley Johnson, a NASA trabalha com missões de encontrar objetos que podem passar próximos a Terra por volta de 15 anos.
Johnson explica que é normal que asteroides de 20 e 30 metros que passam bem próximos da Terra e da Lua são encontrados com muita frequência. Além disso, de três a quatro vezes por ano ainda são encontrados objetos bem grandes que podem passar no anel de satélites que fica ao redor do nosso planeta. Quando isso acontece, agências ligadas à Força Aérea dos Estados Unidos, que fica em alerta.
Previsão
Ainda que tenha conseguido catalogar milhares de objetos que podem passar perto da Terra, o departamento de defesa não consegue prever todas as colisões em potencial. Como já citamos, em 2013, um meteorito caiu na Rússia sem que ninguém soubesse que ele estava passando pelo nosso planeta. De acordo com Johnson, a maioria dos equipamentos utilizados para observar os asteroides estão localizados na Terra, e não no espaço. Por isso, a observação só pode ser feita durante a noite.
Outro fator que pode influenciar na percepção dos asteroides é seu tamanho. Objetos menores que 20 metros de diâmetro podem ter a detecção muito mais dificultada, fazendo com que eles passem despercebidos pelos equipamentos e profissionais. Em casos otimistas, é possível ver alguns deles antes do impacto, desde que observados durante a noite.
O que também pode afetar a detecção dos asteroides é a mudança em suas órbitas por meio do calor do Sol. Como o lado virado para a estrela se aquece mais, o calor pode alterar o rumo que o asteroide toma, fazendo com que seja mais difícil prever a sua rota.
Ainda assim, a probabilidade de uma colisão de asteroides com satélites é pequena. No caso de colisões com a Terra, a probabilidade ainda é muito mais remota. Atualmente são quase 14 mil asteroides e cometas catalogados pela agência. Desses, o que apresenta maior chance de colisão com o nosso planeta tem apensa uma chance em 490 de impacto e, caso aconteça, está prevista para 2185.
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