Muitos não sabem que, apesar de serem nativos do continente americano, existem guaxinins na Europa e estes estão se tornando mais comuns. É importante analisar como chegamos a essa situação e a parte da responsabilidade que nossa sociedade tem nesse problema.
O que são guaxinins?
O guaxinim é uma espécie de procionídeo americano que tem um aspecto muito característico: este mamífero, semelhante a um pequeno urso, tem uma cauda longa e listrada preta-e-branca, bem como uma pelagem cinza e uma máscara preta muito característica.
Esta espécie está distribuída em grande parte do continente americano, especialmente nos Estados Unidos.
Eles são animais onívoros que se aproveitam do lixo humano, por isso não é estranho que eles apareçam em aterros ou nas lixeiras das casas.
Estes animais se tornaram muito populares, especialmente depois de alguns filmes de animação.
Possuem o hábito de lavar seus alimentos e podem parecer dóceis, mas são animais selvagens bastante agressivos e que podem ser perigosos.
Como é possível haver guaxinins na Europa?
O guaxinim foi introduzido na Europa por volta de 1930, para atividades de caça e fazendas de peles, de onde esses animais fugiram. Depois de se adaptarem a vários ecossistemas na Europa central, eles conseguiram se expandir.
Não é a primeira vez que a indústria de peles traz espécies que se tornam invasivas, como a marta americana. Em muitas ocasiões, grupos de animais libertaram esses pequenos e, em vez de mantê-los em cativeiro, deixaram-nos livres, o que agravou o problema.
No caso da Espanha e Itália, onde há populações de guaxinins, a principal rota de entrada tem sido o comércio desta espécie como animais de estimação. Os pesquisadores acreditam que eles deveriam ser proibidos como pets na Europa, mas em muitos países europeus eles ainda são permitidos.
A legislação sobre espécies invasoras na Espanha e em outros países da União Europeia permite a domesticação de praticamente qualquer animal que não seja considerado invasivo. No entanto, muitos animais não são considerados invasivos até que seja tarde demais, como foi o caso do guaxinim e outras espécies, como o quati.
Qual é a situação dos guaxinins na Europa?
Até hoje, os guaxinins se tornaram uma das espécies invasoras mais perigosas da Europa, principalmente devido ao risco que oferecem como transmissores da raiva e porque eles comem os ovos de pássaros ameaçados de extinção.
Acredita-se que as populações de guaxinins aumentaram cerca de 300% desde 1990, em toda a Europa. Essa espécie é capaz de se adaptar a ecossistemas sem intervenção humana, mas também a ambientes rurais e urbanos, onde se aproveitam do lixo para se alimentar.
Esse tipo de ambiente permitiu a expansão do guaxinim, pois, na presença abundante de comida, eles conseguiram aumentar sua fecundidade e o tamanho de suas ninhadas.
A situação atual sugere que os guaxinins na Europa estão fora de controle e que medidas urgentes devem ser tomadas para diminuir suas populações.
Infelizmente, isso significa que, em muitos casos, é necessário aplicar controle letal sobre essa espécie, algo que não é agradável ou ético, mas muitos dizem que não é possível controlar a população por meio de castração ou cativeiro.
Algo muito importante é não alimentar esses animais. A obtenção de alimentos, graças às pessoas, torna-os mais confiantes, mas igualmente mais agressivos.
Esse tipo de animal é o que mais frequentemente ataca as pessoas quando eles se sentem ameaçados, mesmo que essa ameaça só seja percebida pelo animal.
Enquanto isso, os animais que não foram domesticados tendem a fugir, e o problema com guaxinins e outras espécies invasoras parece estar aumentando, devido à ignorância humana.
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