No final de 2020 eu mesmo publiquei uma notícia aqui no site falando sobre o supercomputador Dragão, da Petrobras. Na época, ele era o supercomputador mais rápido da América Latina, com 100 TB de RAM. Pois bem, agora a estatal possui o Pégaso, com seus 678 TB de RAM!
O anúncio foi feito pela Petrobras na última quarta-feira (13). A máquina já está sendo montada e ajudará nos projetos de Exploração e Produção (E&P) de petróleo e gás natural. Só o Pégaso supera os supercomputadores Dragão e Atlas juntos!
O Pégaso impõe respeito logo de cara pela sua ficha técnica. Além dos já citados 678 TB de memória RAM, ele conta com 2016 unidades gráficas de processamento (GPU) e um link de internet de 400 Gb/s. A capacidade de processamento do Pégaso é de nada mais nada menos que 21 Petaflops.
Só para você ter uma ideia, a capacidade de processamento do supercomputador Dragão é de 14 Petaflops. O Atlas, por sua vez, conta com 8,9 Petaflops. Se fôssemos juntar celulares e notebooks trabalhando em conjunto, seria preciso 6 milhões de celulares ou 150 mil notebooks para atingir o mesmo poder de fogo do Pégaso.
Nos últimos anos a Petrobras vem investindo bastante em computação de alto desempenho (HPC). E o supercomputador Pégaso é um dos últimos investimentos da companhia.
Ao infinito e além
O objetivo da estatal é ter um poder de processamento cada vez maior. Até o final do ano a estatal espera atingir a marca de 80 Petaflops! E o histórico mostra que eles são capazes disso.
Por exemplo, em 2019 a Petrobras finalizou o ano com um poder de processamento de 10,2 Petaflops com seus supercomputadores. Em 2020, esse valor subiu para 22,2 Petaflops. Em 2021 o poder computacional quase dobrou, chegando a 42 Petaflops! Até então, o supercomputador Dragão contava com 200 TB de RAM.
Agora, com a adição do Pégaso e seus 678 TB de RAM, a Petrobras espera chegar até o final de 2022 com um poder de processamento de 80 Petaflops!
Mas para quê tudo isso?
Os supercomputadores Dragão, Atlas e agora o Pégaso, são usados para processar os dados geofísicos e geológicos em projetos de exploração e produção de petróleo e gás natural. Com eles, os riscos geológicos e operacionais são reduzidos. Sem falar que o tempo entre a descoberta de um campo e o início da exploração diminui também.
A Petrobras explica o seguinte:
“Ampliar a capacidade de processamento de dados permite à Petrobras gerar imagens da subsuperfície cada vez mais nítidas das áreas mapeadas para exploração de petróleo e gás natural, e reduzir o tempo de processamento dessas informações. Isso contribui para otimizar a produção, aumentar o fator de recuperação das reservas atuais e maximizar a eficiência dos projetos exploratórios da companhia.”
Além disso, os supercomputadores serão usados nos programas EXP100 e PROD1000. O primeiro visa alcançar o uso integral dos dados e conhecimentos nos projetos de exploração. Já o segundo programa tem como meta reduzir os prazos de descoberta e produção dos materiais.
Pégaso começará a funcionar em dezembro
Mas ainda vai demorar alguns meses até que o supercomputador Pégaso esteja em pleno funcionamento. Afinal de contas, montar uma máquina dessa exige uma mão de obra colossal.
Só para você ter ideia, foram necessários 32 caminhões para carregar as mais de 30 toneladas de equipamentos. O local da instalação será na cidade do Rio de Janeiro, no bairro Vargem Grande.
Depois que tudo estiver montado e pronto para uso, só os corredores de racks deverão ter 35 km de extensão, somando tudo. Então, é muito espaço que será usado. Sem falar no sistema de refrigeração que é preciso para manter tudo funcionando em temperaturas adequadas. O tempo de montagem é de mais ou menos 3 meses.
Créditos: Clã Cobra