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Pessoas que falam com animais são mais inteligentes que as demais

Pesquisadores afirmam existir razões cientificas para que humanos conversem com animais domésticos | Foto: Shutterstock

Notadamente algumas pessoas preferem a companhia dos animais a de seres humanos. São pessoas que tem o costume de conversar com cães ou gatos em casa, desejarem-lhes bom dia, questionar se eles querem passear e outras conversas parecidas com as que os seres humanos trocam entre si.

Por mais estranho que possa parecer, o hábito de falar com animais domésticos, plantas ou qualquer objeto inanimado, não é condenável, ao contrário disso é um sinal de inteligência, dizem os cientistas. Esse ato é conhecido como antropomorfismo.

A antropomorfização é a atribuição de traços, emoções ou intenções humanas a entidades não humanas. Nenhum outro ser vivo além dos seres humanos tem tal habilidade para identificar o comportamento humano em objetos inanimados.

Os seres humanos tentam antropomorfizar um objeto inanimado quando ele possui características que se assemelham a um rosto, então inicia-se a tentativa de aproximação ou mesmo quando não é possível explicar um comportamento imprevisível e isso causa curiosidade. Compreendendo o funcionamento desses gatilhos, entende-se porque essa tendência é essencial para a sobrevivência e a inteligência humanas.

Essa capacidade de perceber as coisas não humanas como humanas é que compõe o antropomorfismo. Normalmente, quando as crianças fazem isso, as pessoas encaram com certa naturalidade e ternura, porém quando são os adultos a apresentar esse comportamento, isso é visto como algo “esquisito”. Segundo os especialistas em antropologia, ver traços humanos em algo não humano ou em um objeto é, na verdade, um sinal de inteligência.

O antropomorfismo não afeta apenas humanos, mas também os animais. Estudos mostram que, se o tutor continuar conversando com os cães, eles aprendem a diferenciar as palavras e a identificar os gestos. Esses animais são companheiros dos seres humanos há anos e evoluíram de acordo com essa convivência.

Nomear animais domésticos e objetos inanimados é a maneira mais popular de antropomorfização, mas não é a única. Dar aos animais características de personalidade, como seres humanos, também vem sob a alcunha de antropomorfismo. Chamando a um cachorro de “bebê”, um gato de “velho rabugento”, esta pessoa está antropomorfizando o animal, humanizando-o.

Pessoas que falam com seus cães são mais inteligentes que as que não falam | Foto: Divulgação

Pessoas que falam com seus cães são mais inteligentes que as que não falam | Foto: Divulgação

De acordo com um estudo realizado em Harvard, em 2011, um grupo de pessoas recebeu fotos de filhotes e de animais adultos, a maioria das pessoas escolheu as fotos de filhotes e admitiu que dariam nomes humanos a eles e se refeririam a eles usando termos de gênero adequados (ele ou ela). Caso estas pessoas possuíssem filhotes de cachorro, os chamariam e falariam com eles como se falassem com humanos.

Os cérebros humanos são mais complicados do que se possa explicar em sua totalidade. Anos de pesquisas e estudos científicos, e ainda não se tem certeza do que a mente é totalmente capaz. Tentar encontrar características humanas em objetos inanimados, como carros, canetas, brinquedos ou qualquer coisa, é um sinal da criatividade e capacidade do cérebro humano.

Quando os tutores falam com os cães, eles são capazes de entender as palavras e as emoções que as acompanham. Os gatos não entendem tão bem quanto os cães, mas eles também têm a capacidade de reconhecer a voz e os comandos dos tutores. Na verdade, os gatos usam mais de 16 maneiras diferentes de se comunicar (eles ouvem, porém não se importam em reagir).

O cérebro fica confuso quando capta um objeto com olhos, e tenta classificá-lo como humano. Por exemplo, olhos de brinquedo colados em uma geladeira criam o impulso de comunicação com ela, ou pelo menos o impulso de dar-lhe um nome. Isso é ciência básica e, como um animal social, o ser humano quer se comunicar com todos que puder e fazer amizade com eles, é da natureza humana.

Citando Nicholas Epley, professor de ciência comportamental da Universidade de Chicago: “historicamente, o antropomorfismo tem sido tratado como um sinal de infantilidade ou estupidez, mas é na verdade um subproduto natural da tendência que torna os humanos excepcionalmente inteligentes neste planeta. “

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