A pesquisa, publicada na revista científica “Marine Ecology Progress Series”, mostra que existem cem mil áreas protegidas no mundo, atualmente, sendo 17 milhões de km2 em terra e dois milhões de km2 nos oceanos. Mesmo assim, a perda de biodiversidade só aumentou nos últimos anos.
O pesquisador colombiano da Universidade do Havaí, Camilo Mora, confirma que o fato é realmente preocupante. “Estamos investindo em uma grande quantidade de recursos financeiros e humanos na criação de áreas protegidas e infelizmente evidências sugerem que essa não é a solução mais efetiva.”
A pesquisa mostrou também possíveis justificativas, como o fato de que das cem mil áreas protegidas, apenas 5,8% das que estão em terra e 0,08% dos oceanos cumprem as normas necessárias.
Outro problema é o baixo investimento mundial. O correto seria que houvesse investimento de pelo menos US$ 24 bilhões, quando na verdade a despesa é de US$ 6 bilhões anualmente.
O diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas – Canadá, Peter Sale, indica alguns problemas no uso de áreas protegidas como forma de preservar a biodiversidade do problema.
Como Sale também faz parte do estudo, ele percebeu que o crescimento previsto das áreas protegidas ainda é muito lento. De acordo com o pesquisador, são necessários 185 anos em terra e 80 anos nos oceanos para que a meta de cobrir 30% dos ecossistemas seja alcançada.
Se por um lado o ritmo de crescimento de áreas protegidas está lento, por outro as ameaças contra a biodiversidade avançam rapidamente. Para piorar, cerca de 90% das áreas (entre oceanos e terra) têm superfície inferior a um quilômetro quadrado.
As áreas protegidas, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, impedem efetivamente as ameaças de exploração em massa e a perda de habitat, no entanto são ineficientes contra mudança climática, poluição e espécies invasoras.
As áreas são importantes, por isso é preciso investir mais, tanto financeiramente, já que apenas um quarto do que deveria ser empregado é realmente destinado a esse fim, quanto na expansão das áreas de proteção.
De acordo com a pesquisa, até o ano de 2050, a situação pode tornar-se “catastrófica”, por isso é fundamental que medidas sejam adotadas para reverter este quadro a fim de equilibrar os ecossistemas e conservar a variedade de vida no planeta. Com informações da Folha.
Redação CicloVivo