Foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria 79 que reconhece o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) como símbolo das águas brasileiras. A portaria foi assinada pelo ministro do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Sarney Filho. O pato-mergulhão necessita de águas muito limpas para viver, servindo como um indicador biológico da qualidade das águas.
O título foi concedido após o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançar uma campanha para que a espécie fosse o embaixador das águas brasileiras. “Quem está preocupado com futuro se preocupa com o presente. Esse presente é o pato-mergulhão, pois aonde ele existe significa um ambiente saudável e que a natureza está prestando o seu serviço”, defendeu Sarney.
O presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, elogiou a iniciativa do ministro de reconhecer o pato-mergulhão como símbolos das águas brasileiras. “Os ecossistemas são totalmente dependentes das águas e o pato é um símbolo de como é necessária a água limpa para essa ave viver”, ressalta Soavinski. Ele, inclusive, anunciou R$ 200 mil a mais para pesquisas sobre o pato-mergulhão durante o Fórum das Águas, realizado no último mês em Brasília.
Viver em águas limpas
O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) necessita de águas muito limpas para viver. No entanto, a crescente poluição que atinge nossos cursos d’água, as mudanças causadas por projetos hidrelétricos e o assoreamento dos rios e lagos são fatores que impactam na sobrevivência da espécie.
Existem somente 250 indivíduos do espécime no Brasil, sendo que a maioria se encontra nas unidades de conservação federais: Parque Nacional da Serra da Canastra (MG) e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO). Há populações também na Serra do Salitre (MG), na região do Jalapão (TO) e alguns, em cativeiro, no Zooparque de Itatiba. São 21 patos que estão no contexto do Programa de Manejo Populacional Integrado.
O ICMBio é responsável pelo desenvolvimento e implantação dos Planos de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção ou do Patrimônio Espeleológico (PANs), que identificam e orientam ações prioritárias de preservação. Desde 2017, está em vigor o 2º Ciclo do PAN do pato-mergulhão.
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