Meio Ambiente

Oceanos em todo o mundo estão lentamente perdendo oxigênio

Um novo estudo publicado pela revista científica Nature na última semana revelou que os níveis de oxigênio nos oceanos mundiais caíram mais de 2% nos últimos cinquenta anos. Embora essa alteração possa parecer pequena, os cientistas advertem que até mudanças sutis nos níveis do gás podem alterar ecossistemas inteiros.

“É significativo”, disse Rob Dunbar, professor de Ciências da Terra na Universidade de Stanford à revista Time. “A queda de oxigênio pode ter efeitos em cascata em todo o oceano. Animais marinhos maiores, como tubarões, exigem mais oxigênio, especialmente para realizar atividades de alta energia como a alimentação. A queda dos níveis de oxigênio cria ‘zonas de exclusão’ para algumas criaturas do mar, deixando-as com menos áreas para comer e reproduzir”, avalia o professor, que não fez parte do estudo. “Será mais difícil para os organismos ganharem a vida no oceano”, disse ele.

Economias costeiras, já prejudicadas pelo excesso da pesca e poluição, também sofrem quando os oceanos perdem oxigênio. A mudança de nível do gás representa “consequências potencialmente prejudiciais”, de acordo com o estudo da Nature, que foi conduzido pelo Centro Geomar Helmholtz da Alemanha para Pesquisa Oceânica

Os autores do estudo mapearam os níveis globais de oxigênio nos oceanos entre 1960 e 2010. O número de 2% representa os níveis de oxigênio no geral, mas os pesquisadores descobriram que muitas áreas tiveram mais de 4% de queda. O Oceano Pacífico Norte e o Oceano Ártico viram as maiores quedas no volume de oxigênio.

Será difícil para os cientistas determinarem as consequências para animais oceânicos específicos pois eles já são afetados por atividades humanas, como a pesca e a poluição. Os pesquisadores sugerem que o aquecimento global desempenhou um papel importante na mudança.

Dunbar advertiu que se este padrão continuar, terá consequências terríveis para a vida na Terra. “Toda a cadeia alimentar é afetada pelo oxigênio”, finalizou.

Clique aqui para acessar o estudo completo.

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