Ultimamente as empresas vêm se preocupando com cada detalhe para atrair os clientes. Além de um belo visual, marcas têm voltado a atenção a atrair os demais sentidos, incluindo perfumes especiais, quitutes, e, claro, uma boa música, que torna o ambiente mais agradável e propenso às compras.
E porque não fazer negócio com isso? Foi embasado em muito conhecimento na área que a jornalista, DJ e radialista Juli Baldi, e o especialista em marketing digital Rafael Achutti criaram a Bananas Music Branding, uma empresa para curadoria e estratégia musical para as marcas.
A ideia é que bares, lojas, restaurantes, entre outros, tenham uma identidade musical e maior afinidade com seu público. Então, a equipe pesquisa tudo sobre a marca, seus clientes, equipe e elabora uma playlist especial para seu segmento. Além disso, a Bananas é pioneira no Brasil em criar e gerenciar playlists no Spotify para marcas como a Warner Music Brasil, Ford, Intimus, ESPM, entre outras, com o objetivo de criar uma conexão emocional e mais assertiva entre marca e público. Durante o festival Lollapalooza, por exemplo, os amigos criaram uma playlist de 7.500 músicas para a Chevrolet, com músicas dos artistas participantes do evento.
Confira a entrevista de A Magia do Mundo dos Negócios com Rafael Achutti, da Bananas Music Branding:
O que faziam antes do negócio?
A Juli Baldi é formada em jornalismo pela PUCRS e sempre trabalhou com música, seja como radialista, ou como DJ e produtora de eventos em Porto Alegre. Trabalhou nas rádios Oi FM 90.3, de 2009 a 2011 e Ipanema FM, de 2011 a 2014, ambas em Porto Alegre. Atualmente, além de ser responsável pela área de criação e pesquisa musical do Bananas, ela possui um programa semanal na Rádio Unisinos FM, de Porto Alegre e faz discotecagem em eventos e festas por todo o Brasil.
Eu sou formado em Relações Públicas pela UFRGS, com pós-graduação em marketing digital pela ESPM. Trabalhou durante 10 anos em agências publicitárias, sempre na área de planejamento. Também, atuei durante dois anos no departamento de marketing da Converse All Star, sendo responsável pela presença digital da marca no Brasil. No Bananas, sou responsável pela área de marketing e tecnologia.
Quando e como surgiu a ideia?
O negócio nasceu da vontade de juntar marketing e música em um único projeto. Em meados de 2013, eu e a Juli, juntamente com outra amiga em comum percebemos que havia uma oportunidade no mercado gaúcho e começamos a conversar sobre criar uma empresa que oferecesse o serviço de montar playlists para marca. Entre uma conversa e outra o projeto acabou indo para a gaveta e cada um dos três seguiu tocando seus projetos. No início de 2014, alguns amigos nossos, que são donos de bares em Porto Alegre e na praia de Atlântida, no Rio Grande do Sul, pediram para produzirmos trilhas sonoras adequadas para ambientar os estabelecimentos durante o verão daquele ano. Nesse tempo, nossa amiga havia começado uma outra empresa e eu e a Juli acabamos optando por tocar a ideia do Bananas adiante, já que não havia nenhuma empresa especializada para fazer esse serviço na região.
Apesar de nunca termos feito algo do gênero, juntamos o know how conquistado em nossas áreas – Juli tinha bastante experiência em programação musical, obtida nas rádios que trabalhava e eu em planejamento e marketing, adquirida nas agências de publicidade – e com isso fomos criando playlists e testando, de acordo com o público-alvo de cada lugar.
A partir daí, começamos a observar e perceber que muitos comércios se preocupavam em ter um produto ou serviço excelente, um atendimento bom, mas a música não era um quesito importante, e com a demanda dos amigos pedindo para criarmos mais playlists, o que era um freela de finais de semana tornou-se um negócio.
Qual foi o investimento necessário?
O investimento inicial de empresa foi R$ 6 mil.
Como funciona a dinâmica do negócio, desde a captação de clientes até a elaboração das playlists?
Muitos de nossos clientes vêm por indicação.
Também fazemos um trabalho de captação ativa, entrando em contato diretamente com as marcas e apresentando nossos serviços. Quando fechamos a proposta, entramos em um processo de imersão na realidade da marca, pesquisando a fundo tudo sobre a marca. A última coisa que fazemos é a criação das playlists.
O processo funciona em 3 etapas:
- Pesquisa e Planejamento: a primeira fase é totalmente focada em entender a marca. Entrevistamos os responsáveis pelo marketing, funcionários e clientes para entender as associações desejadas pela marca, sensações que a trilha sonora deve despertar, analisamos o cenário musical para encontrar artistas que tenham relação com a identidade da marca e definimos o conceito de cada playlist que tocará na loja de acordo com o DNA e objetivos da marca.
- Criação e Atualização: Após a fase de pesquisa, transformarmos o DNA da marca em música e criamos playlists com mais de 50 horas de música que são atualizadas mensalmente.
- Análise e Avaliação: Mensalmente avaliamos as interações das lojas com a trilha sonora por meio de um dashboard de mensuração de resultados, cruzando as músicas mais curtidas, menos curtidas, mais puladas, mais tocadas e vamos ajustando a playlist até termos a trilha sonora ideal para aquela loja.
As playlists são atualizadas tempo depois? Como funciona?
Sim. As playlists de ponto de venda são atualizadas mensalmente com 20% de novas músicas. Para playlists de Spotify, a atualização é semanal ou quinzenal, conforme a necessidade do cliente.
Qual é a média de preço para uma playlist?
Varia entre 69,90 e 350,00.
Qual é seu diferencial?
O principal diferencial da empresa é ser pioneira no Brasil em criar e gerenciar playlists no Spotify para marcas como a Warner Music Brasil, Ford, Intimus, ESPM, entre outras, com o objetivo de criar uma conexão emocional e mais assertiva entre marca e público. A startup é responsável pelo planejamento, gerenciamento e atualização desses canais, e participa ativamente da estratégia musical dos clientes.
Com mais de 30 milhões de músicas na plataforma de streaming, produzir conteúdo personalizado e que gere engajamento se torna um grande desafio para o Bananas, por isso, contamos com o Bananas Music HUB, uma rede de curadores especializados em diversos estilos musicais. Através do Music HUB conseguimos entregar uma curadoria musical mais qualificada, já que acreditamos que a melhor curadoria é aquela que é experienciada e vivida no dia a dia.
Resumo dos diferenciais:
- Bananas Music HUB: rede de curadores independentes através da qual é possível criar um hub de inteligência coletiva para entregar uma curadoria musical mais qualificada.
- Tecnologia: o uso da tecnologia para análise de dados e feedback de clientes é um dos grandes diferenciais do Bananas para garantir que a qualidade da curadoria possa ser mensurada e ajustada em tempo real.
- Parceria com Spotify: o Bananas Music Branding é a primeira empresa especializada em estratégia musical para marcas no Spotify, criando e gerenciando canais de marca na plataforma. Possuímos em nosso portfólio, trabalhos desenvolvidos para mais de 50 marcas no Spotify.
- Music Intelligence: é um projeto de big data que irá analisar o cruzamento de 3 variáveis (música tocada na loja, fluxo de pessoas e tempo de permanência e picos de venda) para mensurar os resultados efetivos do impacto da música no ponto de venda.
Qual é o público-alvo?
Empresas que queiram usar a música como uma estratégia de marketing, que queiram incluir música em todos os pontos de contato com o cliente e não só na trilha para a loja. Nosso foco são grandes redes varejistas, principalmente de moda. Também trabalhamos bastante com lojas de produtos de beleza, bares e restaurantes. Outro público importante são as agências de propaganda que possuem clientes que estejam no Spotify ou queiram criar um canal na plataforma.
Qual sua dica para os empreendedores que estão iniciando carreira?
Se existe uma dica que a gente gostaria de ter ouvido quando começamos é: não se prenda às verdades do seu mercado. O caminho mais fácil é fazer o que todos estão fazendo, isso dá segurança. No começo, nós seguimos muito a fórmula do mercado de music branding. Com o tempo, percebemos que se continuássemos nesse caminho seríamos só mais um para dividir uma fatia do share de mercado. Com isso, começamos a olhar para onde os concorrentes não estavam olhando. No nosso caso, enquanto muitas empresa de music branding viam o Spotify como concorrente, nós vimos como uma oportunidade de criar um novo produto e estreitar uma parceria com um grande marca internacional que estava entrando no Brasil. Acreditamos nessa oportunidade e acabamos sendo pioneiros, sendo a primeira empresa especializada em criar e gerenciar canais de marcas em plataformas de streaming. Por termos sido pioneiros, rapidamente nos tornamos referência e hoje trabalhamos com as maiores marcas do Brasil e do mundo. Com o passar do tempo, já estamos olhando para outras coisas, principalmente voltadas à big data e machine learning. Estamos desconstruindo nosso próprio negócio o tempo todo.