Nesta quarta-feira (31), a vice-presidente da Comissão Europeia Margrethe Vestager anunciou que a União Europeia e os Estados Unidos devem pressionar o setor de inteligência artificial (IA) a adotar um código de conduta voluntário para fornecer salvaguardas enquanto novas leis ainda não estão em vigor.
“Na melhor das hipóteses, ela entrará em vigor dentro de dois anos e meio a três anos. Obviamente, isso é tarde demais”, disse Vestager à imprensa antes de uma reunião do Conselho de Tecnologia e Comércio UE-EUA na Suécia. “Precisamos agir agora”.
A comissária se refere à IA Act, com regras sobre reconhecimento facial e vigilância biométrica, que promete ser a primeira legislação abrangente do mundo que rege a tecnologia, mas que há dois anos passa pelo processo legislativo na Europa.
Após a reunião, ela disse acreditar que um rascunho do código de IA generativa poderia ser apresentado “nas próximas semanas” com uma proposta final para o setor assinar “muito, muito em breve”.
E para isso, é necessário chegar a um acordo sobre aspectos específicos, não apenas sobre declarações gerais, sugeriu Vestager, citando a UE e os EUA como auxiliadores na condução desse processo.
“Se nós dois assumirmos a liderança com amigos próximos, acho que podemos promover algo que nos deixará muito mais confortáveis com o fato de que a IA generativa já existe no mundo e está se desenvolvendo em velocidades incríveis”, disse ela.
A comissária acrescentou que o código de conduta surgirá rapidamente enquanto governos e legisladores da UE, do Canadá e da Índia estabelecem regras.
“Esse é o tipo de velocidade de que você precisa, para discutir nas próximas semanas, alguns meses e, é claro, também envolver o setor… para que a sociedade confie no que está acontecendo”, disse ela.
Na semana passada, o chefe da indústria da UE Thierry Breton disse que a Comissão Europeia e a controladora do Google, Alphabet, iriam se unir para desenvolver um pacto de IA à medida que crescem preocupações sobre implicações da IA generativa, como ChatGPT, na sociedade.
O assunto também foi pauta para os líderes das nações do G7 no início do mês. Eles pediram por desenvolvimento de padrões técnicos para manter a IA “confiável”, como discussões internacionais sobre governança, direitos autorais, transparência e a ameaça da desinformação.
Via Reuters
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