Negócios

Empreendedor desde os seis anos quebra e funda negócio de R$ 18 milhões

Há quem diga que o empreendedorismo nasce com a pessoa, por isso tanta gente consegue se dar bem, mesmo depois de ter quebrado tantas vezes, o que é comum na profissão. Talvez seja o caso de Jefferson Oliveira Domingos que aos seis anos vendia geladinhos por conta própria e no ano seguinte passou a vender flores na porta de um cemitério em Minas Gerais.

Desde então ele conduziu muitos negócios, mas chegou a pedir a Deus uma solução para sua vontade enorme de empreender, mas que no fim trazia prejuízos. Seu pedido foi atendido e nasceu a franquia Açaí Villa Roxa, que conta com 27 unidades e tem expectativa de fechar 2016 com o faturamento de R$ 18 milhões. Confira a entrevista exclusiva de A Magia do Mundo dos Negócios com o empreendedor Jefferson Oliveira Domingos, fundador do Açaí Villa Roxa:

O que fazia antes do negócio?

Comecei a trabalhar muito jovem. Com 6 anos vendia gelatina e geladinho nas arquibancadas de um estádio de futebol na cidade de Cambuí (MG). Hoje percebo que era a semente do empreendedor que brotava. Aos 7 anos passei a vender flores na porta do cemitério da mesma cidade, aos 13 anos a tocar contrabaixo e a fazer shows. Aos 17 anos, ainda tocando contrabaixo numa banda em Cambuí, observei uma oportunidade de negócio: poderia organizar o meu próprio evento. De imediato passei a executar o plano. Este foi o início da minha fase de eventos. Promovi inúmeros shows destes durante oito anos. Perdi e ganhei muito dinheiro. Cheguei a organizar eventos com público entre duas e 12 mil pessoas.

Como e quando surgiu a ideia do empreendimento?

Em meio ao turbilhão de problemas decorrentes do prejuízo com os shows, minha mãe me aconselhou a ajoelhar ao lado da minha cama e rezar a Deus pedindo ajuda para sair daquela situação, que encontrasse uma forma de trabalho para pagar todos os fornecedores evitando assim o prejuízo deles. Aceitei o conselho e fiz duas promessas: ‘de nunca mais promover eventos e nunca mais vender bebida alcoólica’.

Quando me propus a cumprir as promessas, passei também a buscar dentro de mim uma alternativa onde pudesse, novamente, utilizar minhas experiências e potencial para o trabalho. Como sempre fui muito fã de açaí, mas também gosto de doces, como por exemplo, chocolates, mousses entre outros, pensei em unir as duas coisas. Na época, o açaí que encontrava nas lojas geralmente era consumido com frutas e cereais.

Qual foi o investimento inicial?

R$ 480 – R$ 180 que cobrei de uma dívida de um amigo, R$ 100 que peguei emprestado da minha namorada, hoje mulher, R$ 200 que meu pai me deu em produto.

Por que decidiu franquear o negócio?

Meu pensamento desde o início foi de virar uma franquia, já que trabalhava com um produto pouco conhecido na época e que também seria consumido de maneira totalmente diferenciada, com acompanhamentos e não somente frutas e cereais.

Quais são os números atuais?

Atualmente, são 27 unidades, entre franquias e lojas. Até o final do ano a expectativa é de ter 35 unidades e fechar 2016 com o faturamento de R$ 18 milhões.

Acredita que ser um empreendedor é algo que pertence à personalidade, desde o nascimento?

Na minha visão existem dois tipos de empreendedores, aqueles que têm o empreendedorismo no sangue e aqueles que buscam informações para se tornarem um empreendedor. A grande diferença de um para o outro está em suportar o calor das emoções, em acreditar em suas ideias independente do que as outras pessoas falem e não desistir jamais. São poucos os que conseguem alcançar o que buscam, pois a maioria é fraca, não são empreendedores de verdade e acabam desistindo no meio do caminho.

No meu modo de enxergar a maioria dos que vencem nasceram empreendedores e vencem por não desistirem, enquanto os que estudaram para se tornarem empreendedores na maioria acabam desistindo e buscando algo mais concreto e estável, pois a vida de um empreendedor é formada por muitos altos e baixos.

Marca espera expandir para (Divulgação)
Marca espera expandir para 35 unidades. (Divulgação)

Quais são os planos para o futuro?

Nossa intenção é explorar todo o Nordeste e Centro Oeste do Brasil pelo fato de terem uma temperatura mais alta durante a maior parte do ano e com pouca chuva. Queremos entrar forte em SP colocando quiosques e lojas em shoppings e também grandes lojas de rua em lugares estratégicos. O Rio de Janeiro é uma cidade que também é muito importante para a marca. Temos planos de começar a exportar a partir de 2018 e no mesmo ano alcançar números que nos tornem uma das três franquias com maior rentabilidade líquida do Brasil.

Qual sua dica aos empreendedores que estão iniciando carreira?

Jamais deixe acreditar em você, não desista jamais de seus sonhos, não se frustre por algo que deu errado, lembre-se sempre que um empreendedor nunca acerta na primeira tentativa, todos os erros são para fazer com que você ganhe cada vez mais experiência para algo muito maior que Deus está preparando para você. Depois de grandes turbulências sempre vem a calmaria.

Outra dica é assistir o filme “Walt antes do Mickey”, e ler os livros: A história de Walt Disney, O monge e o executivo, Estratégia do oceano azul, O segredo de Luísa, O segredo da mente milionária, Pai rico pai pobre e Empreendedor minuto.

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