O número de animais silvestres resgatados pela Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP), cresceu cerca de 130%. Antes o local recebia, em média, 120 animais por mês e agora o número saltou para aproximadamente 300.
A Mata Ciliar recebe diversos animais silvestres em situação de risco ou feridos. São pássaros, macacos, cobras, lobos, felinos selvagens e outros. Esses animais são trazidos de 62 cidades do Estado de São Paulo. Alguns permanecem presos e outros são reintegrados à natureza. O biólogo Rodrigo Falcão, em entrevista à TV TEM, informou que alguns animais precisam ser mantidos em cativeiro, principalmente os resgatados em cativeiros.
“São animais que são visados pelo tráfico porque são de temperamento relativamente dócil e bonitos. A gente não tem como reabilitar, não tem como soltar. O máximo que a gente pode fazer é manter aqui.”
Mais da metade dos animais chegam até a entidade por meio de operações da Polícia Militar Ambiental, além dos resgates que os biólogos da Mata Ciliar fazem. O coordenador de comunicação da associação, Samuel de Oliveira, explica que a primavera é a época do ano em que mais animais são resgatados.
“Na primavera se encontra a maior abundância de alimento para os animais. Eles têm um relógio biológico em que priorizam dar cria nessa época do ano, onde conseguem ter os filhotes e alimentar melhor eles. É uma época em que a gente recebe muito animal órfão, uma quantidade grande de filhotes porque muitas vezes a mãe acaba morrendo atropelada.”
O número de onças resgatadas pela Mata Ciliar aumentou quase 400% nos últimos três anos. Atualmente o local abriga 19 animais, todos ameaçados de extinção. A maioria das onças foi vítima de caça, atropelamento ou queimadas.
Um filhote de onça parda chegou na entidade há duas semanas, quando um caçador matou a mãe e o colocou em cativeiro. O animal vai passar por reabilitação para voltar à natureza.
Já um gavião-carcará terá que viver para sempre em jaula. Ele perdeu uma asa após se enroscar em uma linha de pipa com cerol. “Infelizmente esses animais utilizam muito a asa, então, ficam condenados ao cativeiro”, explica a veterinária Jéssica Kitigana.
O aumento de atendimentos preocupa os responsáveis pela Mata Ciliar, pois o dinheiro que as prefeituras repassam não é suficiente.
Historicamente, a associação, que precisa de R$ 80 mil mensais para manter a estrutura, nunca acolheu tantos animais em tão pouco tempo. Das 62 prefeituras que levam animais para o local, apenas seis ajudam financeiramente.
O local também conta com o apoio de madrinhas e padrinhos dos animais. A bióloga Yolanda Fernandez é madrinha do Lobito, um lobo-guará que também está ameaçado de extinção.
“O animal vem para a Mata Ciliar com algum problema: ou queimado, ou acidentado, ou atropelado. O apadrinhamento é uma forma que a gente acha melhor para ter segurança de que todos os meses, nem que seja pouco, o valor vai ser dirigido ao animal.”
Fonte: G1
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