O ano de 2016 se encerra com um balanço positivo para os animais, na Argentina. À transformação do zoológico da cidade de Buenos Aires em um eco parque, e à possibilidade dos animais de estimação viajarem no metrô, soma-se agora a proibição das corridas de cães em todo o território nacional.
Uma lei que desperta adesões e rejeições
A Câmara dos Deputados transformou em lei a iniciativa que castiga com penas de até quatro anos de cárcere e multas de até 80 mil pesos quem realizar, promover ou organizar corridas de cães de qualquer raça.
O debate da lei foi acompanhado na porta do Congresso da nação argentina por grupos a favor e contra a proposta.
Durante todo o dia, as organizações protecionistas e os setores que defendem as corridas de galgos se manifestaram em frente ao palácio legislativo argentino. Houve até mesmo enfrentamentos entre membros dos diferentes setores.
Finalmente, a lei foi aprovada com 132 votos a favor, 17 contrários e 32 abstenções.
Com a proibição das corridas de cães, os animais fecharam o ano de 2016 com a obtenção de alguns direitos na Argentina. Esta vantagem se soma à transformação de um zoológico em eco parque e a possibilidade de os animais de estimação poderem viajar de metrô.
Proibição das corridas de cães, um passo a mais em favor dos direitos dos animais
O certo é que 2016 será lembrado na Argentina como o ano em que a maioria das pessoas foram afetadas em sua qualidade de vida por causa das medidas econômicas do governo encabeçado por Mauricio Macri. E também como o ano em que os animais começaram a ganhar mais direitos.
Assim, entre altos impostos, desemprego, endividamento e inflação nas nuvens, um dos poucos motivos para alegrar alguns argentinos foi o fato de que os cães deixarão de ser explorados no negócio das corridas.
Entretanto, agora começa a árdua tarefa de fazer cumprir a lei. E, sobretudo, de fiscalizar mais do que nunca para que esse tipo de atividade não se realize de forma clandestina.
Uma atividade lucrativa para os homens e que machuca os cães
Entre os argumentos que utilizaram os deputados para aprovar a lei, foi destacado que as corridas de cães são um negócio de jogo ilegal no qual a prioridade é o lucro.
É que nesta lucrativa atividade já se repartiam prêmios como:
- Apartamentos de dois quartos na costa atlântica
- Automóveis
- Motos
- 150 mil pesos
Entretanto, para os defensores dos animais, o problema são os maus-tratos sofridos pelos cães, em sua maioria galgos.
A triste vida dos cães utilizados em corridas
Os ativistas vêm denunciando há anos as penúrias pelas quais passam os cães utilizados em corridas:
- Durante o fornecimento de diferentes drogas para melhorar o rendimento, são utilizadas substâncias como efedrina, arsênico, estricnina e, em alguns casos, cocaína.
- Fazem o cruzamento forçado para que as fêmeas, ao invés de dar duas crias habituais por ano, tenham até três.
- Utilização de anabolizantes que desenvolvam uma maior musculatura e faz com que os cães tenham mais energia para correr.
Todas estas práticas prejudicam o coração e os rins dos peludos. Por isso, a média de vida “útil” dos animais utilizados nesta atividade não passa dos 5 anos.
Uma situação que deve mudar urgentemente
Quando os cães já não rendem mais o suficiente nas corridas, eles costumam ser vendidos para serem utilizados na caça. E assim começa outro calvário para os peludos. Ou, em muitos casos, eles são sacrificados ou abandonados. O mesmo acontece com os filhotes que se supõe que não servirão para correr.
É de se esperar então que, a partir da sanção desta lei, a terrível situação dos cães explorados nesta atividade comece a mudar mais cedo ou mais tarde.
Enquanto isso, os defensores dos animais continuam com sua tarefa de resgate e de promoção da adoção destes cães.
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