Durante a alta temporada, as cidades litorâneas chegam a ter 80% do seu lixo formado por resíduos de coco verde. Por causa do calor e da quantidade de pessoas, o consumo de água de coco aumenta e com ele a produção de lixo. Você já parou para pensar que a cada 250ml de água de coco é gerado mais de um quilo de resíduos?
Os aterros sanitários das capitais, Rio de Janeiro e Fortaleza quase não suportam mais todo o lixo advindo do coco. Em busca de solucionar esse problema, foram desenvolvidos projetos e tecnologias que reaproveitam a fibra do coco.
No Rio de Janeiro a estrutura ainda não é muito grande. O Projeto Coco Verde RJ, criado pelo gerente de projetos e negócios Philippe Mayer, gera 60 empregos e exporta os produtos derivados da fibra de coco para a Argentina, Coréia do Sul, Espanha e Portugal. Philippe explica que o montante poderia ser muito maior caso a fibra fosse fabricada na própria cidade. Atualmente o material vem da região nordeste. Mesmo assim, ele acredita que futuramente surgirão parcerias que possibilitem uma melhora na produção.
Em Fortaleza, as questões ambientais e socioeconômicas que podem ser melhoradas com a utilização do coco verde, fizeram com que a Embrapa criasse um projeto tecnológico de produção de fibra e pó do resíduo. A usina está em fase final de construção e estima-se que após pronta, será possível fabricar mensalmente 10.500 vasos, compostos orgânicos, substrato agrícola e produtos artesanais, além de gerar cerca de 170 vagas de emprego.
O Projeto Coco Verde RJ também desenvolveu produtos para serem utilizados em ecotelhados e paredes verdes muito utilizadas em construções sustentáveis.
Morsyleide Freitas, pesquisadora da Embrapa de Fortaleza, espera que outras cidades brasileiras, preocupadas em resolver os problemas causados pelo acúmulo desses resíduos e em melhorar a qualidade de vida da comunidade local, sigam o modelo sustentável implantado na capital nordestina.
Além de contribuir para a diminuição da produção de lixo, a utilização do coco para a fabricação do xaxim – nome dado à fibra – fará com que sejam conservadas, por ano, 12.600 plantas de samambaiaçu, espécie que está em extinção na região amazônica.