Tecnologia

Apple ‘Scary Fast’ apresenta nova família de chips M3

Sem rodeios, Apple abriu o seu aguardado evento desta segunda-feira (30), o “Scary Fast”, com a já esperada novidade: a nova família de processadores da companhia, que ela chamou de M3, M3 Pro e M3 Max seguindo a nomenclatura bastante conhecida dos smartphones e também uma evolução esperada para a linha antecessora de chips M2.

“Hoje vamos fazer algo especial, para celebrar um produto que todos amamos: o Mac”, disse Tim Cook, atual CEO da empresa, na abertura do evento. O executivo também ressaltou que, dentro do espectro de novidades que os chips apresentam, três itens formam a base: performance, tecnologia avançada e eficiência em energia.

Sem mais delongas, abaixo você pode ver um rápido resumo do que podemos esperar dos novos processadores:

Imagem: reprodução/Apple

O que muda com os novos processadores M3 da Apple

Em termos de funcionamento, o principal atrativo da nova família de processadores é a arquitetura. De acordo com Johny Srouji, vice-presidente sênior de Hardware Technologies da Apple, “cada detalhe da arquitetura [do novo processador] foi pensado considerando performance e consumo eficiente”.

Nesse sentido, Srouji apresentou a arquitetura Dynamic Caching de memória unificada que, juntamente com o core do processador, atua também com as tecnologias de Neural Engine e de Media Engine o que basicamente representa, respectivamente, a tecnologia de processamento neural baseada em inteligência artificial (IA) e a GPU para o processamento gráfico.

A Dynamic Caching traz para a versão atual melhorias consideráveis dentro da dinâmica de processamento, especialmente para a parte gráfica.

“Em uma arquitetura de processamento tradicional, o software determina a quantidade de memória local da GPU alocada para as próximas tarefas em tempo de compilação”, diz o executivo.

Na prática, o computador acaba alocando uma determinada quantidade de memória para cada tarefa utilizando como base aquela que estiver exigindo mais do processamento no momento. “O que significa que a GPU é subutilizada, especialmente com programas complexos”, explica Srouji, complementando que, com a Dynamic Caching, a alocação da memória é determinada de forma dinâmica, diretamente no hardware e em tempo real.

“Assim, apenas a exata quantidade de memória necessária será usada para cada tarefa. Isso aumenta drasticamente a utilização média da GPU, o que aumenta significativamente o desempenho dos aplicativos profissionais e jogos mais exigentes.”

Além disso, Srouji salienta que os M3 são os primeiros chips para PC que utilizam o processo de 3 nanômetros, o que agrega muito mais transistores na superfície do SoC (System-on-a-Chip, ou sistema em um chip, na tradução). “A tecnologia de 3nm cria transistores tão pequenos, que seria possível colocar 2 milhões deles em um corte transversal de único fio de cabelo”, exemplificou.

Ilustração em 3D dos chips da família M3 da Apple. Da esquerda para à direita estão os chips M3, M3 Pro e M3 Max

Imagem: reprodução/Apple

Configurações gerais

“Nesta noite, estamos fazendo algo que nunca fizemos antes, visto que trazemos nossas tecnologias cada vez mais avançadas para uma gama de novos usuários”, afirmou. De fato, a atualização foi rápida, se considerarmos que os chips antecessores M2 Pro e M2 Max foram anunciados em janeiro, menos de um ano do anúncio atual e também se considerado que esta é a primeira vez que a Apple apresenta as três versões em uma única tacada.

  • Os chips da linha M3 incluem arquitetura de memória unificada, com possibilidades de escolha que variam entre 8GB até 24GB, para a versão de entrada; podendo chegar a uma combinação de até 128GB na memória unificada, considerando o M3 Max.
  • Já em termos de armazenamento, as configurações para o M3 começam em 512GB SSD, podendo chegar até 2TB SSD. Para as demais versões, as variações permitem escolhas entre 1TB SSD e 4TB SSD para o Pro, podendo chegar até 8TB SSD para o Max.

Ainda sobre a arquitetura, o chip de entrada da Apple é composto por CPU de 8 núcleos, GPU de 10 núcleos e Neural Engine de 16 núcleos. É possível, no entanto, escolher dinâmicas internas distintas para os núcleos dos chips nas versões Pro e Max:

  • M3 Pro com:
    • CPU de 11 núcleos, GPU de 14 núcleos e Neural Engine de 16 núcleos
    • CPU de 12 núcleos, GPU de 18 núcleos e Neural Engine de 16 núcleos
  • M3 Max com:
    • CPU de 14 núcleos, GPU de 30 núcleos e Neural Engine de 16 núcleos
    • CPU de 16 núcleos, GPU de 40 núcleos e Neural Engine de 16 núcleos

Em comparação com a linha primária de chips proprietários M1, a Apple apresentou os seguintes destaques. Lembrando, antes, que o M1 foi lançado em novembro de 2020, sendo o primeiro processador de produção própria, baseado em processo de 5nm.

  • Núcleos de desempenho da CPU 30% mais rápidos
  • Núcleos de eficiência da CPU 50% mais rápidos
  • Neural Engine 60% mais rápido que na linha de chips M1
  • Velocidades de renderização até 2,5x maiores na comparação com chips da linha M1. Se comparados com a família M2, o processo de renderização chega a ser 1.8x mais rápido.

Outros recursos que chegam com a família de chips M3:

  • Compatível com decodificação AV1
  • Novos recursos de renderização, como traçado de raios acelerado por hardware e Mesh Shading (de forma grosseira, essa é uma tecnologia de processamento de geometria de objetos muito usada por desenvolvedores de jogos para criar cenários mais elaborados e visualmente complexos, sem que isso trave o jogo todo)
Exemplo da tecnologia Mesh Shading

Imagem: reprodução/Apple

Aos gamers, aliás, um detalhe importante e que pode agradar dentro dessas novas configurações: Baldur’s Gate 3 foi citado como um dos jogos que o MacBook Pro poderá rodar sem problemas. Além disso, a companhia também citou especificamente que os novos processadores terão suporte a Ray Tracing, o que pode colocar os Macs em um patamar muito mais interessante em termos de jogabilidade embora o preço deles continuem um tanto salgados para a maioria dos brasileiros, vale dizer.


Créditos: TecMasters