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Após largar o circo, família se dedica a churros gourmet

Vender churros pode parecer um serviço comum, como qualquer outro trabalho, mas não para a família Gomes Vieira que atua em peso no segmento há mais de dez anos. Dentro de um trailer oval na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), trabalha o pai Wellington, a mãe Lídia, as filhas Camila e Lorine, a neta Ana Luiza e a única e mais antiga funcionária do local, Penélope Fernandes.

Tudo começou em 2007, quando todos foram morar no circo “Tubinho”. “No começo ficávamos apenas aos finais de semana e voltávamos para a cidade trabalhar, mas quando fomos à família inteira morar lá, dividíamos casas alugadas com outras famílias, depois disso compramos um trailer e fomos morar nele”, comenta Wellington.

O churros surgiu no circo como forma de sustentar a família. “O salário era simbólico, então você tem que ter uma venda para sobreviver lá dentro, o que chamamos de defesa”, explica dona Lídia que preparava a massa enquanto o marido e a filha Lorine atuavam no palco e cuidavam da bilheteria e recepção do circo.

Até mesmo bolo de churros são produzidos pela família. (Reprodução)
Até mesmo bolo de churros são produzidos pela família. (Reprodução)

Para dona Lídia, o começo foi inesquecível. “A primeira vez que eu preparei a massa de churros, eu sentei e chorei. Segui uma receita básica que não deu certo e achei que tínhamos fracassado”, relembra aos risos. A mãe da família demorou a aprender a receita, mas hoje não compartilha com ninguém. Segundo as filhas, o preparo da massa leva mais de 24 horas e conta com vários ingredientes secretos.

A família foi moradora de circo até 2012, mas Lorine e Camila voltaram à cidade em 2009 para estudar e trouxeram o churros para a Feira da Lua – feira que acontece nas noite de quarta-feira. “Por causa delas acabamos voltando, pois tinham que cuidar do negócio, da casa e ainda estudar”, comenta Lídia.

Atualmente Wellington é funcionário da Associação Comercial de Santa Cruz e, Lorine e Camila são recepcionistas de uma clínica médica, mas a noite, todos se dedicam ao negócio da família.

São 38 tipos de churros entre doces e salgados que variam entre R$ 7 e R$ 15.

Sobre o circo, Wellington e Lídia até tentam mudar de assunto quando são indagados. “Nossa saudade é morar em trailer e viver pelas cidades com o circo, voltaríamos sem pensar duas vezes”, conta a mãe emocionada.

Matéria produzida originalmente por Renan Alves, do Jornal Atual, em Santa Cruz do Rio Pardo.

 

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