Petrúquio, Flora e Ronaldo, são três antas que nasceram no Parque Ecológico Samuel Klabin, em Telêmaco Borba (PR), e que, agora, estão na natureza. Por meio de um trabalho em parceria com Projeto Refauna, após um período de adaptação, os animais passaram a viver em uma reserva no município de Cachoeiras de Macacu, no estado do Rio de Janeiro. No novo lar, eles são conhecidos como Valente, Flora e Júpter – os machos foram rebatizados pela comunidade local – e se juntam a outro casal, Eva e Floquinho, que foram reintroduzidos em dezembro de 2017. Os cinco são os primeiros da espécie a habitar a região depois de pelo menos um século de extinção.
As três antas viajaram mais de mil quilômetros até o seu novo lar. De acordo com o médico veterinário do Parque Ecológico, Pedro Chaves Camargo, os animais nasceram no criadouro científico da Klabin em 2000, 2006 e 2008, respectivamente, e são da segunda geração do projeto de reprodução de antas iniciado pelo Parque no final dos anos 1990.
De acordo com o profissional, as antas são animais de grande porte, pesam entre 200 e 300 quilos e são essenciais para preservação da biodiversidade. “Esta é uma das espécies que está em extinção no Brasil. São herbívoros e conhecidos como jardineiros da natureza pois, ao se alimentarem dos frutos das árvores e arbustos, espalham as sementes pelo caminho, contribuindo essencialmente para a biodiversidade”, destacou Camargo.
A adaptação dos animais
Segundo o coordenador do Projeto Refauna e professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Maron Galliez, os animais serão monitorados por coleiras de telemetria e armadilhas fotográficas. “As antas foram reintroduzidas por meio da técnica de soltura branda (soft release), ou seja, passando por um período de aclimatação em um cercado no interior da floresta, com suplementação alimentar. Após 30 dias, o cercado foi aberto e as antas ganharam a natureza, mas a suplementação continua”, destacou Maron. Os três animais ficaram em adaptação desde o mês de junho e foram soltos para a mata recentemente.
Para o gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Klabin, Júlio César Batista Nogueira, contribuir com o repovoamento da espécie é uma ação de grande valor para a companhia. “Investir na preservação da biodiversidade é parte da nossa contribuição para um futuro renovável e fortalece nosso compromisso com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU”, completa.