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Amazon Leo desafia Starlink com antena de 1 Gbps e foca em empresas antes de sua entrada no Brasil.

A Amazon deu início à sua jornada na internet via satélite com o lançamento do Amazon Leo, anteriormente conhecido como Project Kuiper, que está agora em fase de testes reais. O que você precisa saber: a gigante de Jeff Bezos promete oferecer a “antena mais rápida em produção” e está focando em empresas e governos antes de direcionar sua atenção ao consumidor final.

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O que é o Amazon Leo?

O Amazon Leo representa a nova iniciativa de internet via satélite da Amazon, fundamentada em Low Earth Orbit (LEO). A sigla “Leo” refere-se à órbita baixa, que é ideal para minimizar a latência e proporcionar conexões mais estáveis. Com aproximadamente 150 satélites já lançados, a proposta ainda está distante dos quase 9.000 satélites da Starlink, de Elon Musk, mas chega com um diferencial: equipamentos de alto desempenho.

A antena Leo Ultra

O coração da estratégia é a Leo Ultra, uma antena do tipo phased array com dimensões de 20 por 30 polegadas, que, de acordo com a Amazon, pode alcançar 1 Gbps de download e 400 Mbps de upload. Para alcançar esses resultados, a Amazon desenvolveu:

  • Chips de silício personalizados para o processamento de sinais;
  • Um design exclusivo de radiofrequência (RF);
  • Algoritmos avançados para otimização de throughput e redução de latência.

Além da Ultra, existem duas versões menores: Leo Pro (suportando até 400 Mbps) e Leo Nano (até 100 Mbps), cada uma voltada para diferentes necessidades de mercado.

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Foco em empresas antes do consumidor

Ao invés de simplesmente distribuir antenas para qualquer um, a Amazon optou por uma abordagem de “enterprise preview”. O programa oferece hardware e software a clientes escolhidos, como JetBlue e Hunt Energy Network. O objetivo é integrar o serviço ao Amazon Web Services (AWS) e criar soluções de rede privada para setores como aviação, petróleo e gás, agronegócio e telecomunicações.

Essa estratégia permite:

  • Testar a rede em condições reais de alta demanda;
  • Ajustar software e algoritmos baseado no feedback direto de usuários relevantes;
  • Fornecer pacotes de conectividade personalizados para empresas.

Em um país continental como o Brasil, onde as coberturas 4G/5G ainda deixam áreas rurais e regiões remotas sem atendimento, esse modelo B2B pode acelerar a adoção da tecnologia antes que ela chegue ao consumidor comum.

Enquanto a Amazon lançou 150 satélites, a SpaceX já opera quase 9.000 e possui mais de 2 milhões de assinantes. Essa escalabilidade oferece à Starlink uma vantagem em cobertura e experiência operacional. Contudo, à medida que a base cresce, surgem relatos de congestionamento durante horários de pico, especialmente em áreas densamente povoadas.

O Amazon Leo entra nesse cenário para agitar o mercado, prometendo menor latência e maior velocidade. Se a Ultra cumprir suas promessas, empresas podem perceber benefícios significativos ao migrar ou dividir o tráfego entre satélites da Amazon e da Starlink.

Por que isso é importante para o Brasil?

O Brasil é um mercado promissor para internet via satélite. Comunidades em áreas como a Amazônia, Pantanal, interior do Nordeste e locais remotos no Sul e Sudeste enfrentam problemas de infraestrutura de rede. Setores de agronegócio, mineração e até prefeituras já demonstraram interesse em soluções de conectividade de alta capacidade.

Além disso, a integração com a AWS pode atrair clientes que utilizam serviços de nuvem da Amazon, simplificando a migração e a centralização de dados. A expectativa é que o Amazon Leo comece a oferecer pacotes no Brasil em meados de 2026 ou 2027, considerando as homologações da Anatel e negociações sobre impostos de importação.

Desafios pela frente

  • Aumentar a frota de satélites a um ritmo bem mais acelerado;
  • Negociar acordos regulatórios e de espectro em diferentes países;
  • Oferecer preços competitivos em comparação a planos terrestres e à própria Starlink;
  • Asegurar suporte técnico e manutenção de antenas em áreas remotas.

O que vem a seguir

Fontes internas apontam que o Amazon Leo deve abrir inscrições para o preview corporativo ainda neste semestre. O lançamento comercial para consumidores está previsto para algum momento de 2026, embora os preços ainda não tenham sido divulgados. Resta saber como a Amazon irá precificar a Ultra, a Pro e a Nano — e se haverá subsídios para áreas de baixa renda.

Próximos passos

Fique atento às próximas ações da Amazon:

  • Novos lançamentos de satélites a cada dois meses;
  • Lançamento de programas piloto com parceiros brasileiros;
  • Anúncio de planos e pacotes para pequenas e médias empresas;
  • Interoperabilidade com redes terrestres 5G em modelos híbridos.

Com a concorrência se intensificando, o consumidor brasileiro pode se beneficiar de opções de internet mais rápidas e, possivelmente, preços mais competitivos. Prepare seu telhado e comece a imaginar como seria baixar séries em Full HD a 1 Gbps diretamente do seu quintal.

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