Um cachorro-de-orelha-curta, animal raramente visto na natureza, foi registrado por uma armadilha fotográfica em uma reserva extrativista na região do Rio Juruá, em Carauari, no Amazonas. O sentimento do biólogo Hugo Costa, ao se deparar com a foto, foi de gratidão e surpresa.
O uso das câmeras no local tem relação com uma pesquisa de mestrado do biólogo. Doutorando em ecologia e conservação da biodiversidade pela Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus, na Bahia, Costa investiga como a fauna terrestre no local utiliza a parte de várzea e terra firma. As várzeas ficam inundadas na Amazônia durante quase seis meses do ano, o que as torna inacessíveis a muitos animais. Quando a água abaixa, fica à disposição deles. O trabalho pretende entender como os animais usam os diferentes tipos de ambiente para sobreviver.
“A partir do local onde ela foi registrada é possível saber se a espécie usa mais ou menos esse ambiente e em qual época do ano isso é mais frequente”, explica o especialista. As informações são do portal G1.
Fazer registros do cachorro-de-orelha-curta, espécie de médio porte que pesa entre 9 e 10 kg, tem relação com o fato de ele estar ameaçado de extinção. Com focinho alongado e afilado, o animal tem orelhas relativamente curtas e arredondadas, cabeça grande, pernas relativamente longas e cauda longa e grossa, características que o distinguem do cachorro-vinagre e do cachorro-do-mato, que podem dividir a mesma área.
É tão difícil registrar a espécie que, para um estudo recente, foi necessário que 30 pesquisadores se esforçassem para saber razoavelmente a distribuição geográfica do animal. O mamífero carnívoro, de acordo com Costa, é o único canídeo endêmico da Amazônia. Ele só ocorre no Brasil, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia e em solo brasileiro é visto apenas na margem direita do Rio Amazonas.
“Procurar saber os hábitos dos animais terrestres é importante para orientar futuras políticas públicas e de manejo na Região Amazônica. Com isso, podemos saber em qual horário determinada espécie é mais ativa, em que época do ano ela produz filhotes”, afirma Costa.
A existência do cachorro-de-orelha-curta está em risco devido a fatores como a redução do tamanho das florestas, já que parte de sua distribuição encontra-se no arco do desmatamento, destruição ambiental da qual o ser humano é responsável, e estima-se que 40% de sua área seja perdida por tal devastação num futuro próximo.
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