O arau-gigante é uma espécie pouco conhecida de ave marinha, e sua pouca fama explica-se porque este animal foi extinto no começo do século 19. No entanto, sua história nos relembra da realidade que vivem os animais em perigo de extinção. Essa ave foi o maior membro dos alcídeos, um grupo de aves marinhas que ainda tem representantes, como o arau comum.
Os araus e o resto dos alcídeos são parecidos com os pinguins, mas isso acontece porque ambos evoluíram de maneira convergente. Ou seja, são parentes distantes, cuja similaridade deve-se ao ecossistema similar no qual evoluíram. Na verdade, os pinguins nunca são encontrados no hemisfério norte, onde podemos ver alcídeos.
O arau-gigante foi um animal chegava a cerca de um metro de altura e cerca de cinco quilos. De forma similar aos pinguins, sua pelagem era preta e branca. Além disso, suas patas eram palmadas e seu bico era muito forte, e era usado como lança para pegar os peixes que consumia. Assim como os pinguins, eram incapazes de voar, praticavam a monogamia, e incubavam ovos em falésias.
O arau-gigante, uma presa fácil para o homem
Quando descobriu-se o arau-gigante, foi confundido com um pinguim pelos britânicos. O arau-gigante viveu em grande parte do hemisfério norte, e em muitos países europeus e na América do Norte, habitando inclusive regiões como a Flórida e Gibraltar.
Ainda que o arau-gigante fosse um animal muito hábil na água, era muito desajeitado na terra. Isso fez com que, durante milênios, esse animal fosse se extinguindo dos lugares onde chegava a atividade humana.
Já foram encontrados muitos restos que demonstram sua caça no período Paleolítico, inclusive tumbas com mais de cem bicos. Acredita-se que esse animal foi extinto na Europa ao redor do século 16, e na América no final do século 18, quando a espécie ficou restrita à Islândia.
Ainda que o arau-gigante fosse um animal muito hábil na água, era muito desajeitado na terra. Isso fez com que, durante milênios, esse animal fosse se extinguindo dos lugares onde chegava a atividade humana.
Islândia, o último território do arau
Foi aí que o arau-gigante tornou-se uma presa cobiçada pelos marinheiros que atracavam na Islândia, especialmente durante as Guerras Napoleônicas. Ali atracaram os barcos que caçaram centenas de araus e, 20 anos depois, um terremoto acabou com um de seus santuários naturais: a ilha de Geirfuglasker, que acabou afundando no oceano.
Os araus sobreviventes do desastre sísmico de Geirfuglasker imigraram desorientados: um deles, inclusive, apareceu moribundo na costa da Irlanda. A Ilha de Eldey, um pedaço de rocha inerte famoso por suas colônias de aves marinhas, tornou-se o último lar dessa espécie. Mas isso durou pouco, porque sua pouca presença fez com que se tornasse um animal de coleção.
O arau-gigante, um objeto de coleção
Colecionadores de peles, ossos e outras partes de animais de países distantes começaram a se interessar pelo arau. Seus ovos começaram a se tornar um objeto de luxo, e seu preço chegou a equivaler ao valor de um ano de trabalho. Isso fez com que a caça furtiva parasse em 1840, quando já não eram vistos araus-gigantes durante anos.
Quatro anos depois, Carl Siemsen enviou três homens a Eldey para comprovar a extinção, já que grandes quantias eram oferecidas pela pele do arau na Dinamarca. Esses três homens acabaram com o último casal de araus do qual se teve conhecimento, que foi encontrado incubando um ovo em uma falésia.
Hoje, podem ser encontrados ovos e animais dissecados em centenas de museus. No entanto, nunca mais voltaremos a ver esse animal com vida. Ou será que sim? Alguns grupos de investigação buscam reviver animais extintos, entre eles o arau. Sem dúvidas, isso seria uma grande notícia para o ecossistema Ártico, que ficou sem um de seus animais mais singulares.
Quatro anos depois, Carl Siemsen enviou três homens a Eldey para comprovar a extinção, já que grandes quantias eram oferecidas pela pele do arau na Dinamarca. Esses três homens acabaram com o último casal de araus do qual se teve conhecimento, que foi encontrado incubando um ovo em uma falésia.
Fonte da imagem: Ghedoghedo
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