O deputado João Paulo Rillo (PSOL) foi atacado, na última quarta-feira (18), pelo deputado Barros Munhoz (PSB) por defender o PL 31/2018, conhecido como PL dos Bois, que proíbe a exportação de animais vivos através de portos do estado de São Paulo. Munhoz é o responsável pela emenda que distorce o PL 31 com o intuito de manter as operações de embarque de animais nos portos do estado.
Munhoz se posicionou de forma agressiva enquanto Rillo discursava na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). No momento em que foi atacado, o deputado afirmava que defender os animais que são maltratados e os protetores é um grande orgulho para ele e questionava a agressividade de Munhoz, que, segundo Rillo, é espantosa. “Realmente, alguém deve ter prometido alguma coisa para alguém aqui e não está conseguindo entregar”, disse Rillo.
No momento em que Munhoz respondeu a Rillo, de forma exaltada, o público presente na Alesp reagiu em repúdio à atitude do parlamentar. Em seguida, Rillo voltou a se posicionar na Casa Legislativa.
“Eu, sinceramente, não vou responder a esse tipo de agressão, essa tentativa de agressão de Barros, primeiro porque eu sempre o respeitei, eu sempre o admirei na Casa, sempre tratei com respeito. Estou espantado com a agressividade do deputado Barros Munhoz. Espero que pare por aí. Se, de fato, ele quiser entrar em uma discussão de ética e de biografia, estou preparado para discutir com ele. Espero que cesse por aí. Não vou entrar em baixaria, não vou partir para a agressão física, não vou partir para agressão pessoal, para a desonra, porque não faço política dessa maneira”, afirmou Rillo, que recebeu apoio do público presente.
Ao final do pronunciamento, Rillo pediu que o presidente da Alesp, o deputado Cauê Macris (PSDB), escolhesse um lado para defender. “Quero dizer isso, senhor presidente: está exposto aqui, é natural, o senhor tem que assumir uma posição. Tem um conflito na Casa, um conflito de interesses. Eu não tenho problema de assumir o meu lado, de que lado que estou. Para quem está com problema em assumir o lado, em expor a sua posição, eu não posso fazer nada. A vida é assim. E a parte boa deste grande contratempo que a assembleia vive é isso: as feridas e a verdade estão expostas de maneira muito clara para quem quiser ver”, concluiu Rillo.
Especismo e machismo
Em outro momento na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado Barros Munhoz fez mais uma declaração polêmica. Desta vez, a fala do parlamentar expressava desconsideração aos animais e às mulheres.
“Eu prefiro a companhia de boi do que a companhia de certas vacas políticas. De certas vacas políticas que só mentem, que só procuram enganar”, disse Munhoz.
A declaração do político – que apesar de afirmar preferir “a companhia de boi”, é favorável à cruel exportação de animais vivos – perpetua a ideia equivocada e especista de que temos que utilizar animais – no caso, vacas – como forma de ofensa e, ao mesmo tempo, reproduz machismo ao chamar mulheres de vacas como forma de diminuí-las e silenciá-las pelo simples fato de serem mulheres.
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