Representando as vozes de milhões de brasileiros, nesta terça-feira (12) diversos artistas, lideranças indígenas e ambientalistas foram ao Congresso Nacional protestar contra as atrocidades cometidas pelo governo Temer e por parlamentares contra a Amazônia. O grupo entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, as mais de 1,5 milhão de assinaturas coletadas nas plataformas 342 Amazônia, Greenpeace e Avaaz exigindo a proteção da floresta e do meio ambiente.
“Estamos aqui para mostrar que com a Amazônia não se brinca”, resumiu a atriz Alessandra Negrini. “Nós estaremos com os parlamentares que votarem pela Amazônia e estaremos contra os que votarem contra a Amazônia”, enfatizou a atriz Christiane Torloni durante a entrega, que também contou com a presença de Suzana Vieira, Vitor Fasano, Rappin Hood, Tico Santa Cruz, Jorge Pontual, Maria Gadu, Luiz Fernando Guimarães, Arlete Salles, Paula Lavigne e Maria Paula, entre outros.
Ao receber o grupo, o presidente do Senado se comprometeu a dar andamento ao requerimento para aprovar a urgência para o projeto que derruba o decreto de Temer sobre a Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados) – solicitada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Já Rodrigo Maia declarou que, em relação à Renca, “tem trabalhado para mostrar a Temer que o melhor caminho é retomar o diálogo com toda a sociedade” e que “a falta de comunicação (sobre o tema) foi um erro”.
“Essa grande mobilização demonstra que a sociedade formou um exército para defender a Amazônia, seus habitantes e o meio ambiente. E está cobrando isso do governo e dos políticos”, avalia Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil. “Aqueles parlamentares que promovem o crime ambiental, as anistias e o desmatamento serão lembrados por isso”, complementa.
Além das assinaturas, o grupo entregou uma carta de repúdio não só ao decreto de extinção da Renca, mas às diversas ameaças ao meio ambiente – desmonte do licenciamento ambiental, redução das áreas protegidas, liberação de agrotóxicos, facilitação da grilagem de terras, venda de terras para estrangeiros e ataque aos direitos indígenas.
O movimento indígena esteve representado no ato por Sônia Guajajara, da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), e Arine Waiana Apalai, da Articulação dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará. “Trago a voz dos povos indígenas e de milhões de brasileiros para pedir a não destruição da Amazônia. A pauta indígena é a pauta da floresta e do planeta porque as terras indígenas protegem a vida. Não aceitamos retrocessos, não aceitamos redução de Unidades de Conservação, não aceitamos massacres!”, declarou Sônia.
“A tentativa de Temer de destruir a Renca foi apenas o começo de um ataque coordenado contra a Amazônia. Mas não descansaremos até que nossa floresta sagrada fique livre destes ataques e que os ruralistas desistam de trocá-la por lucro. Já somos 1,5 milhão de vozes juntas — e quanto mais estes corruptos atacarem a Amazônia, mais fortes nos tornaremos”, comenta Diego Casaes, coordenador de campanhas da Avaaz.
Por Greenpeace
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