Os cães são animais conhecidos como “o melhor amigo do homem” e sempre dão provas disso. Os cachorros conseguem se dar bem tanto com humanos quanto com animais de espécies bem diferentes da sua.
Nós sabemos que eles são carinhosos e bastante amorosos, mas você sabe qual o motivo que faz dos cães animais tão amigáveis?
De acordo com um novo estudo, os cachorros de estimação têm alterações nos seus genes que os tornam mais sociáveis do que os lobos.
Pesquisas também mostram que os cães são mais sociáveis do que lobos criados em circunstâncias semelhantes, geralmente prestando mais atenção aos humanos e seguindo nossas direções e comandos de forma mais eficaz.
Bridgett Von Holdt é uma bióloga evolutiva de Princeton que estudou nos últimos três anos, junto com colegas, a base genética subjacente para comportamento social em cães e lobos.
Seus estudos chegaram a informações intrigantes, cães hipersociais carregam variantes de dois genes chamados GTF2I e GTF2IRD1. Em seres humanos, exclusão desses genes causa a síndrome de Williams, que uma condição rara que deixa o portador com predisposição a ter dificuldades cognitivas e ser hipersocial.
A bióloga suspeita que as variantes de genes em cães, porém, inibem sua função normal, levando aos mesmos problemas observados nas pessoas que sofrem com a síndrome de Williams.
“Nós podemos ter criado uma síndrome comportamental em um animal de companhia”, fala Bridgett Von Holdt.
Em 2010, um outro estudo feito pela bióloga Bridgett Von Holdt, dessa vez com a colaboração da behaviorista animal Monique Udell, na Universidade Estadual do Oregon pesquisou os genomas de cães e lobo e identificou alterações no gene WBSCR17 que ocorreu durante a domesticação de cães.
O estudo ficou parado até 2014, quando as responsáveis receberam fundos para fazer novas experiências. Dessa vez, 18 cães de diferentes raças, incluindo Dachshunds, Jack Russell Terrier e Boiadeiro Bernês, e 10 lobos habituados aos humanos.
Todos os animais foram treinados para abrir uma caixa que continha um pedaço de salsicha. Eles foram colocados em três situações onde tinham que abrir a caixa, na primeira eles estariam com um humano conhecido, na segunda com um humano desconhecido e por último eles teriam que abrir a caixa sozinhos, sem a presença de ninguém.
Nos três casos os lobos foram mais rápidos que os cachorros. A diferença de tempo foi ainda maior nos casos em que os cães tiveram que abrir a caixa na presença de humanos.
“Não é que eles (os cachorros) não puderam resolver o quebra-cabeça, eles estavam muito ocupados olhando para as pessoas para fazê-lo”, explicou Bridgett Von Holdt.
A bióloga também realizou análises genéticas adicionais da parte do genoma envolvendo o gene WBSCR17 alterado em uma amostra maior de cães e lobos. Além de confirmar suas descobertas iniciais de que o WBSCR17 variou em cães e lobos, ela encontrou dois genes próximos, GTF2I e GTF2IRD1, que também eram diferentes entre os animais.
Para Bridgett Von Holdt, a combinação dos dados genéticos e comportamentais mostrou que as mudanças nesta região do genoma ajudaram a transformar lobos em cães amantes de seres humanos.
Fonte: National Geographic
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