Autos

Confira mais detalhes do novo Honda City,

Modelo reestilizado começa a ser vendido no Brasil já no ano que vem; Confira o que muda

por SÉRGIO OLIVEIRA DE MELO, DE GUADALAJARA (MÉXICO)


Uma pequena cirurgia plástica, tal como aqueles procedimentos que as pessoas fazem antes mesmo de serem necessários. O resultado não é espetacular, mas quem as vê depois disso percebe que estão mais jovens e belas, ainda que não saibam explicar o porquê. Mais ou menos a mesma coisa passou com o Honda City 2018, que começará a ser vendido até o início do ano que vem no Brasil.

As sutis mudanças no carro foram aplicadas onde sempre são: grades, faróis e entradas de ar. A grade é um pouco mais grossa, o que aumenta a presença do carro. Os faróis ganharam luzes diurnas de leds e as entradas de ar dianteiras são maiores, mesmo que esse aumento não tenha sido provocado por uma necessidade mecânica, porque, nesse quesito, o City não mudou.Atrás as lanternas são um pouco diferentes, da mesma maneira que o para-choque é novo. Mas mesmo colocando um carro ao lado do outro, não será fácil perceber as diferenças.


Além da grade, o que ficou maior no City 2018 foi a tela do sistema de comunicação e entretenimento. Com sete polegadas, ela parece até maior pela ausência de moldura. O design do painel é limpo, com poucos botões, o que ajuda visualmente mas não é tão prático na hora de operar os sistemas. A modernização do design infelizmente não alcançou a tecnologia. A Honda continua utilizando a entrada HDMI para usar a tela do carro como espelho do celular, quando quase todos já usam os muito mais fáceis Apple CarPlay e Android Auto. Quem usa iPhone pelo menos pode ter acesso a assistente pessoal Siri pressionando um botão na direção. O Bluetooth está disponível para fazer e receber chamadas mantendo as mãos no volante. O ar digital é o mesmo de antes e será aplicado no Fit facelift.

No México, a segurança é restrita ao duplo airbag e ABS. Porém, o mercado brasileiro já conta com airbags laterais e do tipo cortina no City mais caro. Para justificar o fato, a marca lembra a boa avaliação feita pelo Latin NCAP, onde o carro conquistou cinco estrelas. A grande questão é se o City receberá controles de tração e de estabilidade. O facelift do sedã recebeu as salvaguardas na Tailândia, onde foi lançado inicialmente. No Brasil, a correção é mais do que necessária em um carro vendido atualmente por R$ 81.400 na versão top EXL.


Os plásticos do interior não me pareceram tão bons quanto os de alguns rivais do City, como o Fiesta sedã ou o Peugeot 301. Talvez porque o carro vendido no México agora venha da China e não da Tailândia, dá para se perceber uniões desiguais entre partes. Falhas que não se repetirão nos modelos feitos na fábrica de Sumaré (SP), onde são fabricados os Hondas brasileiros.

Na hora de dirigir os que esperávamos pelo brioso motor do Fit, tivemos que continuar esperando talvez até a mudança de geração. Na América do Norte, o Fit 1.5 tem 132 cv e 15,7 kgfm de torque, enquanto o City manteve o ajuste de 118 cv. No Brasil, o mesmo 1.5 gera apenas 116 cv e 15,3 kgfm com etanol.


Ao menos o ajuste mecânico com as versões manuais dirigidas em Guadalajara foram boas. Os mais caros terão a caixa CVT com seis marchas virtuais. Essas versões mantêm o botão Econ, que programa o sistema de injeção e a caixa de marchas para dar maior economia, com o custo de chatear o motorista ou entediá-lo, o que acontecer primeiro.

A essa altura, você já adivinhou que as sensações ao dirigir o Honda City 2018 são exatamente as mesmas quando comparadas às do seu antecessor imediato. O espaço interno oferecido pelo piso semiplano é ótimo, tal como o porta-malas de 536 litros. O conforto de rodagem também não decepciona.

Ou seja, a cirurgia plástica foi leve, bem-vinda e até de bom gosto, mas não era necessária. O que muitos teríamos agradecido mesmo era uma mudança de caráter. Essa, infelizmente, ainda não veio. Aquele 1.0 turbo já apresentado pela Honda deve ficar para a próxima geração. Só nos resta olhar para ele e pensar: bom, pelo menos está mais bonitinho.

Ficha técnica

Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.5,16V, comando simples, injeção eletrônica, gasolina

Potência: 120 cv a 6.600 rpm

Torque: 14,8 kgfm a 4.600 rpm

Câmbio: Automatico CVT, tração dianteira

Direção: Elétrica

Suspensão: lndependente McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira)

Freios: Discos ventilados (dianteiros) e tambores (traseiros)

Pneus: 185/55 R16

Comprimento: 4,45 m

Largura: 1,69 m

Altura: 1,48 m

Entre-eixos: 2,60 m

Tanque: 40 litros

Porta-malas: 485/483 litros([fabricante/Autoesporte)

Peso: 1.112 kg

Central multimídia: 7 pol., sensivel ao toque

 

Fonte: AutoEsporte

Créditos : Autos24h