Além dos impostos, custo da tecnologia e volume de produção também determinam o valor do modelo na loja
por Careca Auto-Peças
Não é surpresa para os brasileiros que os preços dos produtos no Brasil sejam altos em grande parte pelos impostos. Porém, esse não é o único fator para justificar o alto custo dos carros por aqui. A falta de uma cadeia de produção tecnológica e o volume de produção são outros elementos importantes que fazem o automóvel 0 km custar mais aqui do que em alguns países vizinhos. Conversamos com o professor de MBA executivo em Administração e Gestão de Empresas da Cadeia Automotiva da Fundação Getúlio Vargas, Murilo Moreno, para conhecer os cinco principais motivos para os preços altos dos carros no Brasil.
Impostos
O primeiro fator que influencia o aumento do preço do carro no Brasil é a carga tributária. O preço final que chega ao consumidor é quase dobrado por conta dos impostos. Moreno explica que “nos Estados Unidos, por exemplo, a média de imposto cobrado é de 7 a 9%, enquanto no Brasil, esse valor ultrapassa os 40%”.
Nível de juros
O nosso nível de juros é muito mais alto que no resto do mundo. Segundo o professor, “o custo que as montadoras tem para financiar as vendas é muito mais alto no Brasil do que no resto do mundo. Alguém está pagando pela taxa zero que está no mercado, ou seja, ela está embutida no preço do carro”. Para se ter uma ideia, atualmente no Brasil a taxa básica de juros (Selic) é de 13% ao ano, enquanto nos Estados Unidos é 0,75%. Em agosto de 2016, essa mesma taxa nos EUA chegou a 0,25%, período em que atingiu 14,25% no Brasil.
Alto custo tecnológico
Outro ponto curioso que contribui para esse aumento é o custo da parte eletrônica, que geralmente não é fabricada por aqui. “Temos que importar essa tecnologia, então passamos a ter imposto cobrado em cima de imposto. Por isso o carro no Brasil é normalmente menos digitalizado, tem menos tecnologia eletrônica do que o americano. A tecnologia no Brasil é cara”, explica Moreno.
Volume de produção
Segundo o professor, “quanto maior o volume de produção, mais baixo fica o custo por produto fabricado. A indústria automobilística brasileira instalou um parque para fabricar mais de quatro milhões de carros por ano e está fabricando dois milhões, metade da capacidade. Então todas as fábricas tem custo fixo maior do que seria o ideal”.
Oferta e procura
O que ocorre em alguns casos é que as marcas podem ditar o preço do mercado porque tem os carros mais procurados. Moreno explica que, “o Corolla, por exemplo, é o líder de vendas mundial, então tem uma imagem de marca que faz com que o carro seja mais desejado do que os concorrentes. Nesse caso, a Toyota pode cobrar um pouco a mais porque as pessoas estão dispostas a pagar para ter o modelo”.
Fonte: AutoEsporte
Créditos : Autos24h