Os carros híbridos estão entre as apostas tecnológicas para reduzir as emissões de gases poluentes geradas pelo setor automotivo. Os modelos são ideais para países como o Brasil, que ainda não estão prontos para receber modelos totalmente elétricos.
Os híbridos possuem dois motores, um elétrico e outro a combustão, e são classificados em três tipos: micro, médio e total. Os dois primeiros modelos funcionam somente com os dois motores trabalhando juntos, já no terceiro, o híbrido total, o carro pode passar boa parte do tempo utilizando apenas o motor elétrico.
No Brasil já é comercializado o S400, da Mercedes, e também o Fusion Hybrid, da Ford, que é o primeiro híbrido total vendido em território brasileiro. O CicloVivo conversou com a Gerente de Projetos da Ford, Adriana Carradori, que explicou quais são as vantagens do modelo híbrido da montadora norte-americana e quais benefícios ambientais do sedã.
Desde que a empresa começou a pensar no modelo, duas coisas foram essenciais para nortear o projeto: economia e sustentabilidade. O resultado é surpreendente. Através da tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos, o Fusion Hybrid chega a ser 9% mais econômico do que um carro 1.0 flex.
É inegável que a eficiência ecológica de um modelo elétrico é superior ao híbrido. No entanto, essa é uma realidade que ainda não pode ser aplicada ao Brasil, pela falta de estrutura das cidades, principalmente no que diz respeito à rede de abastecimento. “A tecnologia elétrica está sendo aperfeiçoada no mundo e as montadoras já estão bastante avançadas nessa tecnologia. Mas, infelizmente, países como o Brasil ainda não têm uma infraestrutura adequada. Então, vamos parar de pensar um pouquinho no trânsito e pensar em como carregar esse carro. A tecnologia está aumentando muito, mas ainda é limitada”, explica Adriana. Esses são os fatores que, segundo ela, tornam os híbridos ideais para os brasileiros.
O modelo da Ford possui outra vantagem sobre os carros híbridos de outras montadoras: o sistema de absorção energética a partir da frenagem. Essa tecnologia permite que a bateria do carro seja recarregada apenas pela energia da frenagem, que é aproveitada em 94%. Quando o veículo está em velocidade constante, a bateria pode ser recarregada pelo próprio motor a combustão, através de um sistema inteligente implantado no carro. Além disso, se o motorista estiver andando em velocidade abaixo dos 75 km/h, o carro se locomove apenas pelo motor elétrico.
Através de duas telas de LED, instaladas no painel do carro, o condutor tem instruções que o incentivam a dirigir de maneira mais eficiente. As folhas, desenhadas na tela, ficam verde, caso o carro esteja em estágio de baixa emissão de carbono, e vão se apagando na medida em que o carro usa o combustível fóssil.
Quando se fala em carros elétricos ou híbridos a potência é sempre um ponto de interrogação. Porém, Adriana tranquiliza aqueles que preferem os carros potentes com uma boa notícia. A utilização de dois motores deixou o Fusion ainda mais “possante”. Enquanto a versão original possui 173 cv o Hybrid tem 193. “Você não precisa abrir mão de potência e performance para ter um carro híbrido”, garante Adriana.
Todos esses componentes tecnológicos também deixaram o modelo mais caro que os tradicionais, sendo comercializado no Brasil por R$ 133 mil. Por enquanto, apenas 2% dos Fusions vendidos mensalmente são da versão Hybrid, mas a especialista acredita que o número tende a crescer à medida que a conscientização dos consumidores aumentar. A aplicação da tecnologia em outros modelos mais baratos também depende da popularização do método.
Confira a entrevista na íntegra:
Por Thaís Teisen – Redação CicloVivo