A cidade de São Paulo necessita de 48,5 quilômetros de corredores verdes, entre ruas e avenidas, para amenizar fenômenos climáticos, como as ilhas de calor, e para ter maior capacidade de reter água da chuva, conforme mostra pesquisa da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo).
A autora do projeto é a gestora ambiental Juliana Amorim da Costa. A pesquisadora sugere o plantio de espécies nativas endêmicas, como a sibipuruna (de até 25 metros de altura) e a tipuana (de até 15 metros). O estudo foi realizado pela pesquisadora para sua dissertação de mestrado em Ciências na Pós-graduação em Recursos Florestais, e ele aponta que os bairros paulistanos que têm mais urgência no plantio de árvores são Água Rasa, Mooca e Bela Vista.
Foram considerado apenas os distritos das subprefeituras da Mooca, Sé e Pinheiros, por apresentarem, características diferentes em cobertura vegetal, segundo a investigação de campo realizada por Juliana. Além disso, Mooca e Sé, por estarem na região central, fazem parte da mancha vermelha do Atlas Ambiental do Município de São Paulo, onde há pouca ou nenhuma vegetação. Já Pinheiros, na zona oeste, possui parques amplos e ruas arborizadas.
A rota verde foi criada a partir de dados geográficos cruzados com informações, como a maior declividade do terreno e o menor índice de cobertura vegetal, que foram obtidos a partir da análises de imagens de alta resolução registradas por satélites. Porém, se as árvores fossem plantadas hoje, os efeitos benéficos da presença delas ainda levariam de quatro a cinco anos para terem resultados efetivos. Esse é o tempo médio de crescimento para as espécies chegarem à fase adulta, segundo informações da Depave (Divisão de Arborização da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente).
"A grande vantagem dessa arborização de porte no meio da malha urbana é que você traz benefícios para toda a cidade e não fica concentrado somente em alguns pontos", afirmou o arquiteto paisagista Paulo Pellegrino, vice-coordenador do Lab-Verde da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Com informações do Estadão.
Redação CicloVivo