Em meio a vários desafios de ordem ambiental, econômica e social, atualmente é impossível ter uma empresa e não considerar estes aspectos dentro do planejamento estratégico. Tendo essa premissa como base, a especialista em gestão e educação para a sustentabilidade, Roberta Valença, CEO da consultoria Arator, separou seis passos que podem ajudar a empresa a se tornarem mais sustentáveis.
1. Qual é a situação da empresa hoje?
O olhar deve partir sempre de dentro para fora. Se existem problemas emergenciais relacionados à desmotivação entre os colaboradores, processos trabalhistas, metas não batidas ou perda de clientes, o esforço de mudança inicia a jornada em busca de sustentabilidade para enfrentar a crise imediata. Em seguida, aproveite a atmosfera de sensibilização como base para se antecipar ao futuro e responder hoje as questões de amanhã.
2. Como começar direito?
O ideal é se reunir com o corpo diretivo para falar sobre a abordagem da sustentabilidade na estratégia da empresa. Eles precisam enxergar a necessidade de fazê-la e, consequentemente, conseguirão visualizar possíveis oportunidades. Para isso, crie um comitê de pessoas interessadas no tema e dispostas em realizar projetos interessantes voluntariamente.
3. Formulando a estratégia de sustentabilidade
Depois se seguir os dois primeiros passos, agora é possível traduzir os pontos fracos e fortes em oportunidades de negócios que serão a base de sua estratégia.
Essa abordagem e seu plano de negócios devem ser únicos e integrados e não dois programas separados, que funcionam em paralelo. Todos os colaboradores devem orientar suas condutas em prol de um único objetivo.
4. Estabelecendo metas e indicadores
Após escolher as metas prioritárias, a técnica da minimização e da otimização pode ajudar na fixação de indicadores para mensurar os resultados. Uma empresa de serviços aos clientes, por exemplo: minimização é responder com mais rapidez as queixas, desde que estes se sintam completamente atendidos; otimização é trabalhar com clientes insatisfeitos para desenvolver novos produtos adequados às suas necessidades.
5. Engajamento Interno
Aqui, a postura proativa do RH é imprescindível. Costurar as causas da empresa aos propósitos dos colaboradores é fundamental. Eles precisam saber exatamente o porquê das metas, dos indicadores, de como chegaram até essa estratégia e compreender o quão importante são nesse processo. Precisam alcançar o entendimento de que são partes fundamentais para que tudo saia como o esperado e essa é a realidade.
Muitas estratégias de sustentabilidade não funcionam porque não fazem a integração orgânica com os funcionários. Uma mera palestra mecânica falando sobre a estratégia não induz ninguém à ação.
6. Além da Sustentabilidade
O processo de sustentabilidade não tem fim. A esperança é de que um dia esteja tão integrado ao nosso modelo mental que já esteja intrínseco a qualquer decisão empresarial.
Há companhias que iniciam seu caminho na área pelos modelos de relatórios existentes, como o GRI (Global Reporting Initiative) ou pelo ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), da Bovespa. Os relatórios existem para “relatar” o que já fazem, portanto, tendo percorrido um caminho natural, o documento ajuda mais na frente a aprofundar essas questões. Hoje, o que acontece é que ele acaba valorizando mais o “ser” do que o “ter” e, o que se vê muito, são corporações preocupadas em preencher um relatório a todo custo, sem integrar a essência dele – que é o que importa de fato.
Esses passos são um bom começo para quem estiver disposto a fazer algo melhor do que já faz atualmente. No meio do processo haverá maior entendimento do negócio e as boas ideias surgirão naturalmente. A sustentabilidade sempre agrega.