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Energia gerada a partir do lixo pode abastecer mais de 4 mil residências em Itanhaém

Lixão da Estrutural

O engenheiro ambiental Luiz Henrique Miranda, aluno do Programa de Educação Continuada (PECE) da Escola Politécnica (Poli) da USP, desenvolveu um projeto de pesquisa no qual propõe a tecnologia da gaseificação de resíduos sólidos para o município de Itanhaém, localizado no litoral sul de São Paulo. Posteriormente, este mesmo gás geraria energia elétrica para as residências. O projeto acaba de conquistar o primeiro lugar no concurso de monografias Eco_Lógicas, promovido pela Organização Latino-Americana de Energia (Olade).

Miranda estudou o problema da destinação dos resíduos sólidos na cidade de Itanhaém, considerado de pequeno/médio porte. O município envia seu resíduo urbano para um aterro sanitário em Mauá, na região do ABC paulista, o que acarreta uma viagem de 110 quilômetros de distância, gerando gastos para a prefeitura.

O Brasil tem, hoje, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga as cidades a encontrar uma solução para a destinação final do lixo que não seja o aterro, e a eliminar os lixões. “Na minha pesquisa, eu avaliei a cidade, quanto ela gera de resíduos e quais as tecnologias disponíveis para aproveitar o resíduo urbano para gerar energia, encontrando solução para dois problemas que as cidades enfrentam hoje — o que fazer com o resíduo e como encontrar fontes alternativas de geração de energia”, explica.

Aproveitamento do lixo

A maior parte do lixo gerado diariamente na cidade é de matéria orgânica (75% do total). A geração per capta diária do município está em torno de 0,80 kg de resíduos. Diante desse perfil, Miranda apresentou como solução mais adequada para o município de Itanhaém o uso da tecnologia de gaseificação – reatores capazes de transformar um resíduo sólido em um gás combustível, por meio de várias reações termoquímicas.

Pela sua proposta, a gaseificação do lixo de Itanhaém geraria energia elétrica capaz de abastecer 4.730 residências. Se for considerada a existência de quatro pessoas por residência, atenderia 18.935 moradores do município, para o ano de 2014. Esse valor representa 22% da população da cidade. “Esse estudo poderia ser replicado para diversos outros municípios ou até servir de base para a elaboração do plano de gestão, já que, seguindo esta classificação, dos 5.561 municípios existentes no Brasil, 5.037 são considerados como pequeno porte”, destacou ele na monografia que conquistou o prêmio Eco_Lógicas.

As informações são da Agência USP.

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