Vivemos em um mundo conectado através de rodovias, trilhos e estradas que cortam as rotas que a vida selvagem utiliza por todo o planeta. As passarelas verdes foram propostas como uma solução para a separação que existe entre animais selvagens e a atividade humana.
O que são as passarelas verdes?
Bem escondidas para do viajante ocasional, ao longo das estradas da maioria dos países do mundo existem as chamadas passarelas verdes.
Normalmente, existem sob a forma de pontes ou túneis fechados nas laterais para que animais e pessoas não sejam vistos. São pontes com substratos naturais que permitem aos animais atravessar estas rotas humanizadas.
Também podem ser túneis que passam sob as rodovias, ou em áreas onde as atividades aéreas ou marítimas são restritas. Mesmo em algumas cidades, o uso de plantas silvestres está sendo considerado para conectar colmeias de abelhas silvestres e polinizar a cidade.
Alguns trechos dessas passarelas são muito pitorescos e têm até árvores e lagoas artificiais, de modo que os animais tendem a realizar atividades diárias neles e usá-los como um caminho natural.
Outras são minúsculas e com estruturas muito particulares.
Recentemente, uma passarela para a fauna selvagem foi liberada para uma espécie de sagui. Trata-se de uma ponte suspensa que atravessa uma estrada na Colômbia.
A perda de habitat pode ser resolvida com as passarelas verdes
A perda de habitat é uma das maiores ameaças que existem para animais em perigo de extinção, no entanto, essa perda de habitat não ocorre em blocos, como imaginamos. Normalmente, diferentes seções do mesmo ecossistema são tomadas pela atividade humana, até que acabam isoladas umas das outras.
A fragmentação do ecossistema isola populações, causando perdas não só para os animais, mas também para o ambiente em si. A fragmentação dos ecossistemas proíbe os animais silvestres de acessar outras áreas que ainda não foram exploradas pelo homem, mas que se encontram isoladas.
A importância do intercâmbio genético e das passarelas para a fauna
A verdade é que a fragmentação do habitat causa outros problemas para essas espécies. As atividades humanas fazem com que as populações de animais selvagens se separem e não possam se reproduzir.
O intercâmbio genético é uma das maiores ferramentas de uma espécie para manter um estado de saúde ótimo. Espécies com pouca variabilidade genética, tal como o lince, o gorilas das montanhas e a chita, são animais selvagens muito sensíveis a doenças e a alterações climáticas.
As passarelas verdes permitem conectar áreas antes separadas pela atividade humana, tais como estradas, permitindo que diferentes espécies possam interagir, buscar recursos e recuperar a amplitude de seus territórios.
As passarelas verdes também podem ser feitas em grande escala: são os chamados corredores ecológicos.
Alguns projetos planejam cruzar metade da Europa e de países diferentes que cercam o Himalaia.
Esses corredores ecológicos seriam benéficos para populações que foram isoladas por centenas de quilômetros, como é o caso dos lobos de Sierra Morena.
As passarelas verdes: uma solução contra os abusos
A verdade é que, embora não houvesse passarelas verdes antes, os animais sempre tentaram se mover em torno de seu território original em busca de um parceiro, comida ou água. É por isso que os atropelamentos são a principal causa de morte de muitos animais terrestres, especialmente daqueles que exigem uma grande quantidade de território, como grandes carnívoros.
Um exemplo disso é o do lince ibérico. Há várias manchas pretas nas estradas no sul da Espanha, onde dezenas de linces morreram nos últimos anos.
Até mesmo sinais específicos foram criados para indicar a passagem de linces e para que as pessoas diminuam a velocidade.
A verdade é que passarelas para a fauna não podem ser colocadas em todos os lugares: em estradas secundárias, muitas espécies não vão fazer desvios para usar uma passagem segura. Afinal, a maioria dos animais nunca foi atropelado e, portanto, desconhece o perigo envolvido.
Ainda assim, as passarelas verdes sejam uma ótima ferramenta para mitigar o impacto que causamos aos animais silvestres.
Recomenda-se cautela ao dirigir em áreas naturais e, no caso de atropelar um animal selvagem, você deve entrar em contato com um centro de resgate imediatamente.
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