Educação e meio ambiente podem e devem caminhar lado a lado em perfeita harmonia. Um projeto realizado por estudantes da UNESP Franca, no interior de São Paulo, mostra que, através de ações simples, é possível recuperar a floresta, produzir alimentos, educar e ainda melhorar as condições de vida da comunidade local.
O GEIA – Grupo de Incentivo à Educação Ambiental é um projeto que surgiu a partir de uma necessidade ambiental, mas que, aos poucos tem alçado voos mais altos. Coordenado pelo Professor de Psicologia da Educação e Orientador Dr. Genaro Alvarenga Fonseca, mais conhecido como “Tio B”, a proposta nasceu a partir de uma deficiência na arborização do campus universitário. Inicialmente recuperar a área era o único objetivo. Para isso, o professor contava com a ajuda esporádica de alunos voluntários para plantar mudas custeadas por ele mesmo.
Com o tempo, a iniciativa foi ganhando mais adeptos até que a ação pontual deu lugar a um grupo oficial, que mescla a educação às iniciativas ambientais. Além de promover melhorias no espaço acadêmico e à comunidade local, os alunos têm no projeto a oportunidade de praticar e ganhar experiência para a futura área de atuação da maior parte deles.
As atividades realizadas pelo GEIA são diversas, mas sempre com o intuito de promover a agroecologia e a proteção ambiental. Os voluntários já realizaram mutirões de plantio dentro da universidade, mas o mais interessante são as coisas que acontecem além dos limites do campus.
Para as crianças
Através de aulas lúdicas, os universitários vão até as escolas públicas da cidade para mostrar às crianças a importância da preservação ambiental e que é possível fazer a diferença. Os alunos recebem instruções e as tarefas não se limitam às salas de aula. Todos colocam a mão na massa e as próprias crianças ajudam a construir e revitalizar as hortas de suas escolas.
Para os adultos
Em ocasiões pontuais, o GEIA também convida a comunidade a participar dos mutirões de plantio e distribui mudas e diversas espécies. Somente em 2015, o projeto já introduziu 500 mudas nativas no espaço da Agrofloresta, dentro do campus, e para o final do ano já está programado um grande plantio de mais mil árvores na área. Quando os frutos começarem a ser colhidos, eles serão distribuídos gratuitamente aos moradores da região, conforme explicado por Guilherme Nogueira, integrante do GEIA, em entrevista ao CicloVivo. “Delimitamos, junto a diretoria do campus, uma área de reserva para a agrofloresta onde ficou proibida a poda não autorizada, o uso de qualquer herbicida/pesticida ou adubação inorgânica.”
Até mesmo as árvores caídas ganham um destino melhor do que o descarte. Através das oficinas de carpintaria é possível reaproveita-las para a produção de mesas e bancos usados nas áreas de convivência do campus.
Para as famílias
O trabalho dos voluntários entra até mesmo nas casas e repúblicas de Franca. A “Assessoria Verde” é um projeto no qual os estudantes se dispõem a revitalizar e fazer novos jardins e hortas dentro das residências. Qualquer pessoa pode solicitar a ajuda e o trabalho é feito de acordo com a escolha do próprio morador.
Por Thaís Teisen – Fonte: CicloVivo