A liquidação do Ceitec, estatal de semicondutores brasileira, está oficialmente suspensa. O anúncio foi feito pela nova ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. “A liquidação está suspensa. Vamos pensar uma política nacional de semicondutores clara e eficiente para o Brasil. Mas o Ceitec não será fechado”, afirmou na cerimônia de posse nesta segunda-feira (2). A pasta foi a única que teve transmissão de cargo.
“Essa é a casa de fazer o bem, onde se faz muito com pouco e onde se erra porque se tenta fazer. Aqui tentamos tudo pela Ciência e Tecnologia. Eu me orgulho de passar o bastão do ministério para a primeira ministra mulher”, afirmou Paulo Alvim, que agradeceu as equipes de trabalho.
Luciana Santos fez críticas ao Governo Bolsonaro, enfatizando que houve um apagão no financiamento à ciência, além do negacionismo e da perseguição aos cientistas. E sustentou: a recuperação do orçamento federal para a Ciência e a execução integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT – são urgentes e ações imediatas. “Vou pedir ao presidente Lula a revogação da MP 1136 que contingenciou o FNDCT até novembro de 2026, enquanto a Lei diz que é proibido contingenciar. Precisamos provar que Ciência e Tecnologia é uma política de Estado”, disse.
A ministra informou ainda que o MCTI conduzirá projetos interministeriais com a Indústria e Comércio, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e com a Educação, do ministro Camilo Santana. “Queremos muito projeto em comum com o BNDES e precisamos de recursos”, disse aproveitando a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A primeira mulher a ocupar o cargo também garantiu que está determinada a enfrentar os desafios. “Temos um povo talentoso e capaz. Temos de aproveitar a inteligência brasileira. A ciência é um substantivo feminino. Vamos lutar pela ciência”, completou.
Ela também não só anunciou a equipe na cerimônia de posse, mas nomes que fizeram parte do MCTI como José Gontijo, que estava à frente da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação e formulador da estratégia de transformação digital e e da política para Internet das Coisas, e Henrique Miguel, que estava na mesma secretaria e com conhecimento em produção nacional e em TICs, foram exonerados.
Créditos: TecMasters